Zema contesta jornalista e critica severidade do STF em casos do 8 de Janeiro

Na noite de sábado (9), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), usou suas redes sociais para responder ao jornalista Octavio Guedes, da GloboNews, alegando que um trecho de sua entrevista havia sido exibido de forma parcial, o que, segundo ele, distorceu o entendimento do público.

A polêmica começou na sexta-feira (8), durante o programa \"GloboNews Mais\", apresentado por Guedes e Julia Dualibi. No debate, Zema criticou as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) referentes aos acusados dos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele afirmou nunca ter visto alguém “ser condenado a 17 anos de prisão por sentar numa cadeira” ou “a 14 anos por pichar com batom” e acusou a Corte de “querer holofote”.

Julia rebateu dizendo que as penas seguem a Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro. “Aprovada por Bolsonaro”, enfatizou Guedes. Em seguida, Zema questionou se houve mortes ou tentativas durante as invasões ao Congresso e ao STF, ao que Julia respondeu que o crime julgado era a tentativa de golpe de Estado. Quando o governador citou o histórico político dos réus, Guedes retrucou que a lei não exige antecedentes para enquadramento no tipo penal.

Trechos da conversa foram publicados por Guedes em seu Instagram, alcançando mais de 45 mil curtidas. Zema, no entanto, acusou o jornalista de omitir sua resposta completa. No vídeo divulgado, o governador afirmou reconhecer a necessidade de punição, mas considerou as penas exageradas e denunciou “dois pesos e duas medidas” na Justiça, comparando com casos de corrupção durante governos do PT que, segundo ele, não tiveram a mesma severidade.

\"Se a lei tem que ser aplicada que seja a todos\"

, declarou Zema, citando episódios como o mensalão, a Lava Jato e o escândalo dos \"velhinhos\", afirmando que não faltam provas contra ex-dirigentes do PT.

Antes da publicação de Zema, Guedes já havia postado a fala completa do governador. Mesmo assim, o embate gerou repercussão nas redes e intensificou o debate sobre os critérios de aplicação da lei e a imparcialidade na cobertura jornalística.