Empresário preso com R$ 500 mil em investigação sobre compra de votos assinou contrato milionário com Ministério da Saúde

O empresário Renildo Lima, preso pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (9), assinou um contrato milionário com o Ministério da Saúde em maio deste ano. A empresa de Lima, Voare Táxi Aéreo, garantiu um acordo de R$ 211 milhões para a locação de aeronaves, que seriam usadas para prestar assistência aos povos indígenas Yanomami. O contrato tem duração de dois anos.

Crescimento dos negócios após a posse da esposa parlamentar

Renildo Lima é marido da deputada federal Helena Lima (MDB-RR). Desde a posse da parlamentar, em 2023, a Voare Táxi Aéreo viu um crescimento significativo em seu faturamento. A empresa, que até então havia acumulado R$ 53,3 milhões em contratos com o governo federal, conseguiu, em 2024, um recorde em sua história: um contrato de R$ 211,5 milhões.

Esse aumento nas receitas coincidiu com o início dos contratos governamentais, os quais se intensificaram no ano passado, elevando a Voare ao segundo maior faturamento em seus 14 anos de operação.

Prisão e investigação por compra de votos

A prisão de Renildo Lima faz parte de uma investigação mais ampla, que envolve suspeitas de compra de votos e associação criminosa. Além do empresário, outras cinco pessoas foram detidas, incluindo dois policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

A operação policial foi desencadeada após uma denúncia anônima feita ao Disque-Denúncia. Durante a abordagem de dois veículos em Boa Vista, Roraima, a polícia encontrou R$ 500 mil em dinheiro vivo, além de materiais de campanha e documentos que indicavam o destino do montante apreendido. Policiais militares que estavam de folga foram identificados como responsáveis pela segurança dos envolvidos e dos bens que estavam sendo transportados.