Mesmo com queda no preço do petróleo, Petrobras não deve reduzir gasolina

Apesar da forte queda nas cotações internacionais do petróleo, a estatal brasileira deve manter os preços dos combustíveis sem alterações no curto prazo.

Por Plox

11/09/2024 10h35 - Atualizado há 24 dias

As cotações internacionais do petróleo despencaram nesta terça-feira (10), atingindo os níveis mais baixos desde o final de 2021, em meio a preocupações sobre a economia global. O petróleo Brent, referência mundial, foi cotado a US$ 69,19 por barril, uma queda de 3,69%, enquanto o WTI, nos Estados Unidos, caiu 4,31%, para US$ 65,75. Apesar desse cenário, a Petrobras ainda não deve reduzir o preço da gasolina no Brasil, de acordo com fontes do setor.

Foto: Divulgação

Fatores por trás da queda no petróleo

A queda nos preços do petróleo reflete, em grande parte, as incertezas em torno do desempenho das economias da China e dos Estados Unidos. Dados econômicos mais fracos e uma desaceleração da demanda global pressionaram o mercado, com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduzindo suas projeções de crescimento para 2024, apontando a economia chinesa como um dos principais motivos de preocupação. Ao mesmo tempo, o governo dos EUA também diminuiu suas expectativas de preços para 2024 e 2025.

Apesar dos cortes voluntários na produção de petróleo, mantidos pela Opep até o final do ano para tentar sustentar os preços, o aumento da oferta em outras regiões, como o Brasil, tem impedido uma recuperação significativa nos valores do barril. Analistas, como Matt Smith, da consultoria Kpler, afirmam que a queda nos preços faz parte de um movimento iniciado há várias semanas devido à baixa demanda global.

Cenário interno e paridade de importação

A queda dos preços internacionais eliminou, desde maio, as defasagens nos preços dos combustíveis no Brasil, que existiam desde o início do ano. No entanto, apesar da gasolina estar sendo vendida R$ 0,16 por litro acima da paridade de importação nas refinarias brasileiras, e o diesel R$ 0,07 acima, não há expectativa de que a Petrobras reduza os preços em curto prazo.

Desde a implementação de sua nova política de preços, em maio de 2023, a estatal tem mantido longos períodos sem reajustes, utilizando o prêmio obtido com os preços atuais para compensar as perdas sofridas ao longo do ano devido a defasagens anteriores. Essa política é baseada em mitigar repasses de volatilidades externas, mantendo estabilidade nos preços dos combustíveis para o consumidor final.

Previsões para o mercado de petróleo

A volatilidade no mercado de petróleo continua a ser um fator que impede uma definição clara sobre os preços futuros. A Agência de Informações em Energia dos EUA (EIA) prevê que, com o consumo atual superando a produção, os estoques deverão ser usados nos próximos meses, o que pode levar os preços de volta para a casa dos US$ 80 por barril.

No entanto, os cortes de produção da Opep indicam que a oferta de petróleo está abaixo da demanda global, um cenário que pode pressionar as cotações para cima novamente. Mesmo assim, a Petrobras, procurada para comentar sobre possíveis ajustes, reforçou que não antecipa decisões de reajuste e que sua política continua focada em proporcionar estabilidade de preços aos consumidores.

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