Dólar sobe com julgamento de Bolsonaro e expectativa sobre inflação dos EUA
Mercado reage a tensões políticas no Brasil e à divulgação de dados inflacionários nos Estados Unidos
Por Plox
11/09/2025 09h19 - Atualizado há 2 dias
Na manhã desta quinta-feira (11), o dólar iniciou o dia em alta, refletindo a combinação de fatores internos e externos que influenciam diretamente o mercado financeiro. Às 9h07, a moeda norte-americana registrava valorização de 0,22%, sendo negociada a R$ 5,419.

Na véspera, o dólar havia encerrado a sessão com queda de 0,53%, cotado a R$ 5,439. Apesar da leve recuperação, a moeda acumula perdas de 0,27% em setembro e 12,57% no acumulado de 2025 frente ao real. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), subiu 0,52% no dia anterior, alcançando os 142,3 mil pontos. Com esse resultado, o índice acumula alta de 0,67% neste mês e expressivos 18,27% no ano.
No cenário doméstico, os investidores acompanham com atenção o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete acusados na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), sob suspeita de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Até o momento, o placar está em 2 votos a 1 pela condenação. Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação, enquanto Luiz Fux divergiu, absolvendo a maioria dos réus.
A expectativa gira agora em torno dos votos da ministra Cármen Lúcia e do presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin. Caso Cármen vote com Moraes e Dino, a maioria pela condenação estará formada, ainda que Zanin possa divergir. A definição das penas (dosimetria) está prevista para ocorrer na sexta-feira (12).
Enquanto isso, no cenário internacional, os olhos do mercado se voltam aos dados da inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que influenciam diretamente as decisões do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa básica de juros americana. Os dados mais recentes apontaram uma desaceleração no índice de preços ao produtor (PPI), com queda de 0,1% em agosto, após uma alta revisada de 0,7% em julho. O núcleo do PPI — que exclui itens voláteis como energia e alimentos — subiu 0,3% no mês, acumulando 2,8% em 12 meses.
O Fed deve decidir na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), marcada para o dia 17 de setembro, sobre o primeiro corte de juros desde o início do segundo mandato do presidente Donald Trump. O mercado já dá como certo o corte, mas a dúvida recai sobre a magnitude da redução: 0,25 ou 0,5 ponto percentual.
Juros mais baixos nos EUA tendem a aliviar a pressão sobre o dólar e aumentar o apetite por ativos de maior risco, como ações. Por isso, os investidores seguem atentos às próximas decisões do Fed e ao desfecho do julgamento de Bolsonaro no STF, dois fatores que podem alterar significativamente o rumo dos mercados nos próximos dias.