Lula confirma compra de novos aviões após incidente em voo presidencial

Presidente anuncia renovação da frota aérea do governo, incluindo aeronaves para ministros, após falha em motor durante viagem ao México.

Por Plox

11/10/2024 13h14 - Atualizado há 10 dias

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta sexta-feira (11/10) a compra de um novo avião presidencial, além de outras aeronaves destinadas ao uso de ministros de Estado. A decisão vem após um incidente no México, onde o motor da aeronave presidencial apresentou falhas, forçando o avião a voar em círculos por mais de cinco horas. Lula destacou que o objetivo da compra não é um benefício pessoal, mas sim uma medida de segurança para todos os futuros ocupantes da Presidência e demais autoridades.

Justificativa do presidente e incidente no México

Em entrevista à Rádio CBN de Fortaleza, Lula descreveu o incidente ocorrido durante o voo, onde um dos motores do Airbus A-319 falhou, exigindo manobras prolongadas para o retorno seguro. O presidente aproveitou o episódio para reforçar a necessidade de renovação da frota. “Desse problema nós tiramos uma lição: nós vamos comprar não apenas um avião, mas é preciso comprar alguns aviões", afirmou Lula, explicando que a compra visa evitar surpresas em situações semelhantes no futuro.

Plano para aquisição e troca do Aerolula

Lula informou que pediu ao ministro da Defesa, José Múcio, a elaboração de um plano para a compra dos novos aviões, tanto para o uso presidencial quanto para os ministros. Segundo ele, é fundamental que as autoridades brasileiras possam desempenhar suas funções sem ficarem limitadas a Brasília. "A gente não governa o Brasil com os ministros coçando lá em Brasília", disse o presidente, em uma crítica ao atual sistema de transporte governamental.

A substituição do atual avião presidencial, apelidado de Aerolula e em uso há 18 anos, é outra prioridade de Lula. O Airbus A-319 foi adquirido durante o primeiro mandato do petista e, segundo ele, apresenta limitações de espaço, autonomia de voo e condição geral. Uma das opções consideradas era a adaptação de um Airbus A-330 da Força Aérea Brasileira (FAB), mas a ideia foi questionada pela oposição, que acionou a Justiça para obter detalhes sobre o estudo de viabilidade. O custo estimado para a operação seria de R$ 400 milhões.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

 

Embora a proposta tenha recebido críticas, principalmente da oposição, Lula rebateu as acusações, afirmando que o avião presidencial não é uma questão pessoal. "Um avião para o presidente da República não é um avião para o Lula, ou para o Fernando Henrique Cardoso, ou para o (Jair) Bolsonaro, ou para quem for o presidente. Não. O avião para o presidente da República é para a instituição da Presidência da República, quem quer que seja eleito presidente", explicou. Ele também ressaltou que, ao comprar o Airbus A-319 em seu primeiro mandato, optou pela menor e mais barata opção, mas agora, aos 79 anos, acredita que a segurança e o respeito à instituição presidencial devem prevalecer.

O susto e a "brincadeira estúpida" durante o voo

Durante a entrevista, Lula também compartilhou detalhes sobre o susto que passou no voo. Ele mencionou que já havia enfrentado outros problemas em viagens anteriores, como pousos sem flaps e até fogo nos pneus, mas que a falha no motor foi um evento sem precedentes para ele. O presidente relatou que já havia notado um barulho estranho durante a decolagem, mas o problema se agravou quando a aeronave já estava no ar. “Houve um estrondo e tremor”, lembrou.

Mesmo em meio à tensão, Lula procurou manter a calma e até fez uma piada com os passageiros, incluindo o indicado à presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, quatro ministros e duas senadoras. "Até fiz uma brincadeira estúpida, dizendo que era preciso comer, porque a gente não sabia se ia ter comida no céu", contou. O presidente afirmou que todos a bordo tiveram tempo de “repensar suas vidas” antes de o avião pousar em segurança.

Próximos passos para a renovação da frota

A expectativa é que os estudos para a substituição do Aerolula sejam concluídos até o final de 2023. A compra de novas aeronaves tem o intuito de garantir que as autoridades brasileiras possam desempenhar suas funções com segurança e eficiência, sem correr riscos desnecessários durante suas viagens oficiais.

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