Ministério de Minas e Energia decide na próxima semana sobre volta do horário de verão
Reunião na terça-feira (15) definirá se a medida será adotada em 2024 para enfrentar possível crise energética.
Por Plox
11/10/2024 18h19 - Atualizado há 3 meses
O Ministério de Minas e Energia, liderado por Alexandre Silveira, vai decidir na terça-feira (15) se o horário de verão será adotado no Brasil ainda este ano. O ministro antecipou seu retorno das férias para tratar do assunto com a equipe técnica, em uma reunião em Brasília. Segundo Silveira, a decisão será baseada no risco energético, com foco na necessidade de preservar o fornecimento de energia e evitar custos adicionais para os consumidores.
"O resumo da ópera é que se houver risco energético, não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verão", declarou Silveira nesta sexta-feira (11), durante participação no II Fórum Internacional Esfera em Roma. O ministro ressaltou a importância de tomar a decisão rapidamente para aproveitar a janela de aplicação da medida, que é mais eficaz entre outubro e dezembro.
Impactos e análise técnica
Silveira destacou que a adoção do horário de verão deve considerar o custo-benefício para diversos setores da economia. Embora possa gerar economia de energia, o impacto em outras áreas, como segurança pública e o setor aéreo, também será avaliado. "A decisão precisa ser equilibrada e baseada em diálogo e previsibilidade", afirmou o ministro, lembrando que a política foi extinta em 2019 por razões ideológicas, mas é aplicada mundialmente, inclusive em países desenvolvidos.
Crise hídrica e a necessidade de planejamento energético
A preocupação com a crise hídrica que o Brasil enfrenta desde 1950 também está no centro da decisão. Segundo o Cemaden, o país vive a pior seca dos últimos 73 anos. Silveira lembrou que medidas preventivas, como a redução da vazão das usinas de Jupiá e Porto Primavera, foram essenciais para evitar uma crise energética em 2023. Agora, o desafio é equilibrar a segurança energética com a modicidade tarifária e planejar para o futuro, especialmente até 2026.
Horário de verão e eleições
Caso o horário de verão seja decretado, o ministro garantiu que ele não afetará o segundo turno das eleições, marcado para o dia 27 de outubro, uma vez que setores como o aéreo precisam de, no mínimo, 20 dias para se adaptar à mudança. A decisão final será tomada com base em critérios técnicos e sociais, sempre visando a segurança do fornecimento de energia e o bem-estar da população.