UFMG mapeia efeitos da dopamina e abre caminho para novos tratamentos mentais em adolescentes

Pesquisa aponta diferenças entre fêmeas e machos durante a puberdade, sugerindo novas abordagens preventivas

Por Plox

11/10/2024 12h38 - Atualizado há 22 dias

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicado em fevereiro, investigou o papel da dopamina no cérebro de adolescentes, utilizando camundongos machos e fêmeas em testes durante a puberdade. 

Foto; Pixabay

A pesquisa revelou que o funcionamento da dopamina nesta fase é diferente quando comparado a adultos e pode variar entre os sexos, o que pode ajudar a prevenir e tratar transtornos mentais em jovens.

A dopamina, além de sua conhecida função na regulação do prazer e recompensa, também influencia memória, atenção e controle emocional. Bruno Rezende de Souza, do Departamento de Fisiologia da UFMG, destaca que a pesquisa, focada em adolescentes, é inovadora por revelar essas diferenças comportamentais no uso da dopamina em fêmeas e machos. Isso abre a possibilidade de desenvolvimento de medicamentos mais eficazes e específicos, como para o tratamento de depressão e transtorno de ansiedade em adolescentes, com opções ajustadas para homens e mulheres.

Os testes com os animais incluíram avaliações de comportamento ansioso e depressivo, além de atividades motoras e exploratórias. Souza ressalta que os resultados do estudo também podem ajudar a prevenir doenças mentais futuras ao permitir que tratamentos preventivos sejam desenvolvidos para a adolescência.

Em uma outra fase da pesquisa, publicada em agosto, os pesquisadores estudaram os efeitos de alterações no sistema dopaminérgico no período pré-natal, utilizando zebrafish, uma espécie de peixe amplamente utilizada na neurociência. Eles manipularam geneticamente o gene DARPP-32, associado à esquizofrenia, observando que a redução de sua quantidade impactou o desenvolvimento cerebral e comportamental dos embriões. Este estudo pode ser um passo para intervenções preventivas durante a gravidez, minimizando o risco de transtornos mentais na vida adulta.

Destaques