Indicação de Lula ao STF pode ampliar presença evangélica na Corte

A escolha do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em substituição a Luís Roberto Barroso, pode representar uma mudança simbólica e estratégica para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os nomes mais cotados está Jorge Messias, atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU) e aliado de confiança do presidente.

Foto: Presidência

Caso seja nomeado, Messias será o segundo ministro evangélico da Corte, encerrando uma espécie de exclusividade que o ex-presidente Jair Bolsonaro possuía nesse campo desde a nomeação de André Mendonça, em 2021. Na ocasião, Bolsonaro afirmou querer indicar alguém “terrivelmente evangélico” ao Supremo, reforçando sua aliança com esse segmento religioso.

Messias é membro da Igreja Batista, enquanto Mendonça atua como pastor-adjunto na Igreja Presbiteriana de Pinheiros, em São Paulo. A presença de um segundo evangélico na mais alta instância do Judiciário pode ter impacto não apenas na composição da Corte, mas também na relação do governo com as lideranças religiosas do país.

A um ano das eleições de 2026, essa possível indicação é vista como um gesto de aproximação de Lula com o eleitorado evangélico, historicamente mais alinhado ao bolsonarismo. As principais igrejas têm se mantido próximas do ex-presidente, o que motivou o governo a reavaliar sua estratégia de diálogo com esse setor.

Além de Messias, outros nomes ainda são considerados para a vaga. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, também estão entre os cotados. No entanto, Messias desponta como favorito, tanto pela relação direta com Lula quanto pelo simbolismo religioso e político que sua indicação carrega.

"Fiz questão de indicar alguém terrivelmente evangélico", afirmou Bolsonaro à época em que nomeou André Mendonça para o STF

Essa nova composição no STF, se confirmada, pode marcar o início de uma tentativa de reconstrução de pontes com segmentos conservadores da sociedade, principalmente os que orbitam as grandes lideranças evangélicas.