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A descoberta de que falsificadores de bebidas alcoólicas na Grande São Paulo adquiriram álcool contaminado com metanol em postos de combustíveis colocou os proprietários desses estabelecimentos sob o foco das investigações policiais.
Durante uma coletiva de imprensa concedida nesta sexta-feira (10), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que não descarta a possibilidade de que esses donos de postos sejam responsabilizados criminalmente pelas mortes causadas por intoxicação.
"Eu não descarto a tese de responder como coautores num possível homicídio, seja homicídio culposo, associação criminosa, porque ele tem responsabilidade sobre o etanol adulterado de gasolina\
A substância adulterada foi utilizada pelos criminosos para fabricar bebidas falsificadas, o que provocou um aumento nos casos de intoxicação por metanol no país. Até esta sexta, foram registrados 29 casos confirmados, segundo informações do Ministério da Saúde. Em Minas Gerais, uma morte suspeita está sendo investigada em Ipatinga, no Vale do Aço.
Derrite ressaltou que tanto os falsificadores quanto os fornecedores do álcool adulterado cometeram infrações graves. Segundo ele, o etanol adquirido apresentava uma alta concentração de metanol, o que potencializou os riscos para os consumidores das bebidas adulteradas.
"Não quero absolver o criminoso ou formar uma tese de defesa, mas pode ser que eles não soubessem dessa concentração tão grande de metanol dentro do etanol adquirido para adulteração\
"Quem está fazendo todo esse processo de adulteração tem que ser criminalizado de forma severa, inclusive o proprietário do posto de combustível\
A hipótese de envolvimento de facções criminosas foi descartada por Derrite. Segundo ele, por se tratar de um cenário em que “criminoso prejudica criminoso”, não há, até o momento, indícios de participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) ou de outras organizações. O caso é tratado como isolado, sem conexão comprovada com episódios semelhantes em outros estados.
O metanol, substância central no caso, é um álcool de uso industrial utilizado na fabricação de tintas, plásticos, solventes e combustíveis. Apesar de sua importância técnica, o composto é extremamente tóxico para os seres humanos. Mesmo em pequenas quantidades, sua ingestão ou inalação pode causar danos severos ao sistema nervoso e à visão, podendo levar à morte. Isso acontece porque, ao ser metabolizado pelo corpo, o metanol se transforma em formaldeído e ácido fórmico, substâncias perigosas para a saúde.
A investigação continua em andamento para determinar com precisão a cadeia de responsabilidade e evitar novas tragédias decorrentes da comercialização e uso de produtos adulterados.
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