Cresce o risco de câncer de pele no Brasil devido à intensificação dos raios ultravioletas

A incidência de câncer de pele está aumentando no Brasil, uma tendência atribuída à intensificação das radiações ultravioletas, conforme destaca Aparecida Machado de Moraes, coordenadora de Oncologia Cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A especialista observa que as radiações solares têm se tornado mais intensas devido a temperaturas mais altas e períodos de seca, onde a falta de nuvens aumenta a exposição direta à radiação prejudicial.

Estatísticas Nacionais e Preocupações com o Melanoma

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê que um a cada mil brasileiros possa desenvolver câncer de pele entre 2023 e 2025, com a maioria dos casos sendo de câncer de pele não-melanoma. No entanto, o câncer de pele melanoma, mais perigoso e potencialmente fatal, é uma preocupação crescente. Em 2020, houve 1.923 mortes por melanoma no Brasil, sendo 32% dessas mortes em pacientes de 30 a 69 anos.

Perfil da Região Sul e Casos Emblemáticos

O Sul do Brasil é a região mais impactada por tumores dermatológicos, com o Paraná registrando a maior proporção de casos ativos. A SBD aponta a atividade ocupacional, especialmente entre trabalhadores rurais, como um fator significativo para essa prevalência. Histórias como a de Divanei Mariano, um produtor rural do Paraná que desenvolveu câncer de pele, ressaltam a importância da conscientização sobre os riscos associados à exposição solar.

Dados e Orientações de Especialistas

A maioria dos pacientes com câncer melanoma inicia o tratamento após os 50 anos, e mais de 80% dos casos são diagnosticados em estágios avançados. Aparecida da SBD enfatiza a necessidade de proteção constante contra o sol, principalmente para trabalhadores ao ar livre, recomendando o uso de protetor solar, roupas adequadas e chapéus como medidas preventivas essenciais.