Suspeito de terrorismo com laços com o Hezbollah é detido em Brasília
Operação da Polícia Federal resulta na prisão de homem suspeito de planejar atentados; tensões aumentam entre Brasil e Israel
Por Plox
11/11/2023 09h07 - Atualizado há mais de 1 ano
A Polícia Federal deteve um homem em São Paulo, morador de Brasília, suspeito de ter ligações com o grupo terrorista Hezbollah. O indivíduo, que nega envolvimento em atos extremistas, foi preso durante a Operação Trapiche, ao retornar do Líbano. A operação teve como foco indivíduos suspeitos de preparar ataques terroristas e envolveu ações em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal. A investigação identificou viagens de brasileiros a Beirute, onde o Hezbollah está instalado, para possíveis treinamentos e instruções.
Possíveis Alvos e Contexto Internacional
Fontes ligadas às investigações apontam a Embaixada de Israel em Brasília como um dos possíveis alvos dos ataques. A prisão dos suspeitos ocorre em um contexto de tensões crescentes entre Brasil e Israel, especialmente em relação à situação na Faixa de Gaza e ao conflito entre Israel e Hamas.
Reações do Governo Brasileiro e Israelense
O governo brasileiro, representado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, reagiu com irritação às declarações do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que sugeriam orientação do Mossad — o serviço secreto de Israel — na condução das prisões pela PF. Dino enfatizou a soberania do Brasil, rejeitando a influência estrangeira nas operações policiais nacionais. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também se manifestou sobre as dificuldades na retirada de brasileiros da Faixa de Gaza, destacando o controle israelense na fronteira de Rafah.
Tensões Diplomáticas e Encontros Políticos
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, está no centro de polêmicas recentes, incluindo encontros com o ex-presidente Jair Bolsonaro e membros da oposição, o que foi visto como um ato de hostilidade pelo governo atual. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no entanto, descartou por ora convocar o embaixador israelense para esclarecimentos, priorizando a repatriação dos brasileiros em Gaza.