Diagnosticado com raiva humana, homem de 50 anos morre após 20 dias internado no Tocantins
Paciente foi mordido por morcego e infectado pela variante AgV 3; autoridades reforçam vacinação antirrábica na região.
Por Plox
11/11/2024 11h36 - Atualizado há 28 dias
Um homem de 50 anos, residente na zona rural de Alvorada, no sul do Tocantins, faleceu após ser diagnosticado com raiva humana. Ele esteve internado no Hospital Regional de Gurupi (HRG) por 20 dias, mas não resistiu. A confirmação de infecção pela variante AgV 3 do vírus da raiva, transmitida por morcegos, foi dada pelo Instituto Pasteur, de São Paulo, em 30 de outubro.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Tocantins, este foi o único caso confirmado no estado neste ano; o último havia sido registrado em 2017.
A morte foi confirmada na noite do último sábado, dia 9, pelo hospital. Desde o diagnóstico, a SES e a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) enviaram equipes técnicas para monitorar a região e prevenir novos casos. Profissionais de saúde estão finalizando um relatório com dados completos da visita técnica na área onde o paciente morava.
Protocolo e assistência especializada
O tratamento do paciente seguiu rigorosamente os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, com medicações especiais fornecidas diretamente para o HRG. Durante o processo, a equipe médica recebeu suporte especializado do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de Atlanta, nos Estados Unidos. As investigações conduzidas pelas autoridades incluíram tanto a transmissão humana quanto a animal, desde a notificação do caso em 23 de outubro.
Transmissão e sintomas da raiva
A raiva é uma infecção viral grave, geralmente transmitida por meio da saliva de animais infectados, como cães, gatos e morcegos. No caso do homem de Alvorada, a infecção foi transmitida por uma mordida de morcego. Os primeiros sintomas podem demorar até 45 dias para se manifestar, dependendo da profundidade e da localização da mordida, além de fatores como a idade da vítima, que influencia a velocidade do desenvolvimento da doença.
O Ministério da Saúde lista os sintomas iniciais como mal-estar geral, febre baixa, perda de apetite, dor de cabeça, náuseas, dor de garganta, e uma sensação de angústia. Esse quadro pode persistir por 2 a 10 dias, quando o vírus já está em estágio avançado de incubação.
Medidas de prevenção e vacinação
A vacinação é a principal medida para prevenir a raiva, tanto em humanos quanto em animais domésticos, como cães e gatos, que também podem ser portadores. Campanhas de vacinação antirrábica são realizadas anualmente pelo governo, visando reduzir o risco de transmissão para humanos. Após o caso confirmado em Alvorada, as autoridades locais intensificaram a vacinação e as ações preventivas na região.
Importância da imunização animal
Para o controle efetivo da doença, o Ministério da Saúde também planeja vacinar 28 milhões de animais em todo o Brasil. Especialistas alertam que, apesar da preocupação com os morcegos como transmissores, o extermínio desses animais não é uma solução recomendada para o controle da raiva, sendo a vacinação a estratégia mais segura para evitar surtos.