Homem mata família e tira a própria vida temendo perseguição sob governo de Trump

Anthony Nephew, um homem de 46 anos, cometeu uma série de assassinatos na cidade de Duluth, Minnesota, chocando o país ao tirar a vida da esposa, ex-esposa, dois filhos e, em seguida, a própria. A sequência trágica, que ocorreu em 7 de novembro, foi confirmada pela polícia e trouxe à tona uma série de questões sobre o estado mental de Anthony, que acreditava estar em risco com uma possível volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Segundo o chefe de polícia, Mike Ceynowa, o caso reflete um “padrão de problemas de saúde mental” enfrentado por Anthony, embora o motivo específico para o ataque ainda não tenha sido oficialmente declarado.

Postagens nas redes sociais e o medo de perseguição

Em sua conta nas redes sociais, Anthony publicava frequentemente sobre um medo extremo de que, caso os republicanos reassumissem o poder, sua família seria perseguida e torturada. Em uma dessas postagens, ele expressou seu pavor de ser alvo de “fanáticos religiosos impondo suas crenças equivocadas a mim e à minha família” e mencionou imagens angustiantes, como “ser queimado na fogueira como uma bruxa ou crucificado em uma cruz em chamas”. Esse comportamento gerou preocupações adicionais sobre seu estado psicológico, segundo a polícia.

Investigação dos homicídios e perfil do caso

Os homicídios ocorreram na tarde de quinta-feira, quando a polícia respondeu a uma chamada por volta das 14h e encontrou os corpos de Erin Abramson, de 47 anos, e do filho Jacob Nephew, de 15 anos, com sinais de ferimentos de bala. Erin, com quem Anthony tinha tido um relacionamento, foi identificada como sua ex-esposa, embora não se saiba exatamente o período em que estiveram juntos.

Mais tarde, naquele mesmo dia, os agentes cercaram a residência de Anthony e localizaram seu corpo, além dos de sua esposa atual, Kathryn, de 45 anos, e do filho mais novo do casal, Oliver, de apenas 7 anos. A polícia acredita que Anthony cometeu os assassinatos antes de tirar a própria vida, classificando o caso como um crime de “aniquilação familiar”.

A crise de violência armada nos Estados Unidos

Esse foi o 25º assassinato em massa registrado nos Estados Unidos em 2024, segundo dados da ONG Gun Violence Archive. A organização define assassinato em massa como um evento em que quatro ou mais pessoas são mortas. O caso em Duluth provocou grande comoção entre os 90 mil habitantes da cidade e reacendeu o debate sobre o controle de armas no país. Nos últimos anos, houve um movimento crescente em prol de leis federais mais rígidas para a posse de armas, mas até o momento, nenhum projeto concreto ganhou força no Congresso dos Estados Unidos.