Embolização: saiba novo procedimento ao qual Lula será submetido

Presidente será submetido ao procedimento na quinta-feira (12) para interromper sangramento causado por acidente doméstico ocorrido em outubro

Por Plox

11/12/2024 17h37 - Atualizado há cerca de 4 horas

A equipe médica que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, informou que ele será submetido a uma embolização da artéria meníngea média na manhã desta quinta-feira (12). O procedimento visa conter o sangramento que atinge a região da dura-máter, uma das camadas protetoras do cérebro.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A embolização é uma técnica médica utilizada para bloquear ou reduzir o fluxo sanguíneo em uma artéria ou tecido. No caso de Lula, o objetivo é interromper o extravasamento de sangue que está se acumulando entre o cérebro e a meninge. A artéria meníngea média é a principal responsável por irrigar a dura-máter, e o procedimento será conduzido pela equipe de neurocirurgia.

O processo consiste na introdução de um cateter (tubo fino e flexível) em um vaso sanguíneo por meio de uma pequena incisão. Depois que o cateter atinge a região específica, os médicos injetam uma substância que bloqueia o fluxo sanguíneo para o local afetado. De acordo com a equipe médica, a embolização já era uma possibilidade prevista nos cuidados de saúde de Lula.

Hematoma causado por acidente doméstico

O presidente Lula passou por uma craniotomia na madrugada de terça-feira (10), também no Hospital Sírio-Libanês. O procedimento foi realizado após o agravamento de um hematoma causado por uma queda no Palácio da Alvorada, ocorrida no dia 19 de outubro. Na época, Lula bateu a cabeça, mas inicialmente os médicos optaram por medidas conservadoras de acompanhamento.

Com o passar do tempo, o hematoma intracraniano se desenvolveu entre o cérebro e a meninge, abaixo de uma membrana chamada dura-máter. Ao contrário de um acidente vascular cerebral (AVC), o sangramento não atingiu o tecido cerebral. Segundo o médico Ricardo Kalil, que integra a equipe que acompanha o presidente, o quadro era semelhante a um "galo invertido" que pressionava a cabeça de Lula.

“Não tem machucado no cérebro. Fizemos esse procedimento para que o hematoma não comprima o cérebro, para que o cérebro fique livre de qualquer lesão”, explicou o médico Ricardo Kalil.

Diferença em relação ao AVC

Embora o sangramento intracraniano seja uma característica comum no AVC, o caso de Lula apresenta diferenças importantes. No AVC, o problema ocorre dentro do cérebro e pode ser causado por uma obstrução (AVC isquêmico) ou ruptura de vasos sanguíneos (AVC hemorrágico), geralmente resultando em danos neurológicos.

No caso de Lula, o sangramento foi localizado na dura-máter, camada protetora que envolve o cérebro, e não no próprio tecido cerebral. Com isso, a chance de sequelas neurológicas é consideravelmente menor.

O procedimento de embolização será realizado nesta quinta-feira (12), e a equipe médica continuará monitorando a evolução do quadro de saúde do presidente.

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