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Economia
Exportações de café caem 21%, mas receita do Brasil sobe 25% em 2025
Menor oferta, tarifa de 50% dos EUA e gargalos portuários derrubam volume embarcado, enquanto preços internacionais até 50% maiores elevam receita a US$ 14,25 bilhões e mantêm EUA como principal destino
11/12/2025 às 09:29por Redação Plox
11/12/2025 às 09:29
— por Redação Plox
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O Brasil encerrou os 11 primeiros meses de 2025 com a exportação de 36,9 milhões de sacas de café, o que representa uma queda de 21% no volume em comparação com o mesmo período de 2024. O recuo, já esperado após o desempenho recorde do ano passado, foi intensificado pela menor oferta do produto, pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos e por problemas na infraestrutura portuária do país, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Em novembro, o país exportou 3,582 milhões de sacas
Foto: Ricardo Rossi/Seapa-MG
Mesmo com menos café embarcado, a receita cambial disparou. De janeiro a novembro, o setor faturou US$ 14,253 bilhões, alta de 25,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024.
Novembro confirma tendência: queda no volume, alta na receita
Em novembro, o Brasil exportou 3,582 milhões de sacas de café, recuo de 26,7% frente ao mesmo mês de 2024. Apesar disso, a receita cambial do período cresceu 8,9% e alcançou US$ 1,535 bilhão.
No acumulado dos cinco primeiros meses da safra 2025/26 (julho a novembro), os embarques somaram 17,435 milhões de sacas, o que corresponde a uma redução de 21,7% no volume. A receita, porém, aumentou 11,6%, chegando a US$ 6,723 bilhões.
De acordo com o Cecafé, o resultado está diretamente ligado ao avanço das cotações internacionais. Os preços médios do café brasileiro ficaram cerca de 50% acima dos praticados nos períodos comparáveis de 2024, compensando a menor quantidade exportada.
Tarifas dos EUA e gargalos logísticos travam embarques
Entre os fatores que mais pesaram sobre o desempenho do volume exportado está a tarifação aplicada pelos Estados Unidos. As taxas de 50% sobre a importação de cafés brasileiros, em vigor de agosto a novembro, derrubaram em 54,9% os embarques para o mercado norte-americano no período, que caíram de 2,917 milhões para 1,315 milhão de sacas.
A logística portuária também segue como um grande obstáculo. A deficiência na infraestrutura gerou prejuízos milionários aos exportadores associados ao Cecafé. Só em outubro, a impossibilidade de embarcar 2.065 contêineres resultou em perdas de R$ 8,719 milhões. Nos principais portos, 52% dos navios sofreram atrasos ou mudanças de escala, e no Porto de Santos a taxa de atrasos chegou a 73%.
Os Estados Unidos retiraram a taxação para os cafés arábica, conilon, robusta, torrado e torrado e moído. Porém, o café solúvel, que responde por cerca de 10% das exportações brasileiras ao mercado norte-americano, continua sujeito à alíquota de 50%.
Quem mais compra o café brasileiro
Mesmo após a forte queda provocada pelas tarifas, os Estados Unidos mantiveram a posição de principal destino do café brasileiro, com 5,042 milhões de sacas, o equivalente a 13,7% do total embarcado. Na sequência aparecem Alemanha (5,003 milhões de sacas), Itália (2,912 milhões), Japão (2,413 milhões) e Bélgica (2,146 milhões.
O café arábica segue predominando nas vendas externas, respondendo por 80,4% dos embarques, com 29,630 milhões de sacas enviadas ao exterior.
Cafés diferenciados impulsionam faturamento
Os cafés diferenciados, que possuem certificados de sustentabilidade ou de qualidade superior, representaram 19,6% do volume total enviado ao mercado externo, com 7,221 milhões de sacas.
Embora o volume exportado desse segmento tenha recuado 11%, a receita disparou 42,9%, somando US$ 3,122 bilhões. O salto na arrecadação está ligado ao preço médio mais elevado, que chegou a US$ 432,41 por saca, bem acima do patamar registrado nos cafés tradicionais.