Polícia

Personal trainer é preso em BH suspeito de aplicar golpes de mais de R$ 500 mil em mulheres

Polícia Civil prende preventivamente Vinícius Araújo Antunes, de 36 anos, investigado por enganar ao menos 13 mulheres com planos anuais de treino, cancelamento recorrente de aulas e transferências sem reembolso na Grande BH

11/12/2025 às 10:59 por Redação Plox

A Polícia Civil estima que o personal trainer Vinícius Araújo Antunes, de 36 anos, tenha causado um prejuízo superior a R$ 500 mil a pelo menos 13 mulheres que contrataram seus serviços na Grande BH. Suspeito de aplicar uma série de golpes contra alunas, ele foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (10), em Belo Horizonte.

Além das supostas fraudes financeiras, a corporação apura denúncias de violência doméstica e uso de dados de uma ex-namorada em operações de crédito.

Além das supostas fraudes financeiras, a corporação apura denúncias de violência doméstica e uso de dados de uma ex-namorada em operações de crédito.

Foto: Redes Sociais


De acordo com as investigações, a maior parte das vítimas é formada por jovens profissionais da área da saúde que vivem na Região Centro-Sul da capital e em Nova Lima. Além das supostas fraudes financeiras, a corporação apura denúncias de violência doméstica e uso de dados de uma ex-namorada em operações de crédito.

Abordagem pelas redes e plano anual com desconto

Segundo a Polícia Civil, o personal trainer repetia um mesmo padrão em vários atendimentos. Ele procurava mulheres pelas redes sociais, mencionando ter “amigos em comum” e oferecendo planos anuais com descontos considerados atrativos. Após o fechamento do pacote e o pagamento antecipado, as aulas marcadas passavam a ser desmarcadas com frequência.

Em outras situações, o suspeito pedia que as clientes refizessem transferências, alegando erros na plataforma de pagamentos e prometendo estornar os valores anteriores. Os reembolsos, porém, nunca eram feitos, segundo os relatos reunidos pelos investigadores.

Em um dos casos apurados, Vinícius teria usado o nome de uma ex-namorada para contratar um empréstimo de R$ 100 mil, valor que, ainda conforme as investigações, teria sido utilizado em apostas.

Defesa questiona prisão e diz não ter acesso ao inquérito

A defesa de Vinícius afirmou ter sido surpreendida pela decretação da prisão preventiva e declarou não conhecer os fundamentos da decisão judicial. Os representantes do personal dizem não ter tido acesso aos autos nem ao inquérito, o que, segundo eles, impede um posicionamento mais detalhado sobre o caso.

Mandado de prisão e apreensão de eletrônicos

A ordem de prisão contra o personal trainer foi expedida pelo juiz Leonardo Antônio Bolina Filgueiras, da 1ª Vara das Garantias da Comarca de Belo Horizonte. No mesmo momento, equipes da 1ª Delegacia de Investigação de Fraudes cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do investigado.

Foram recolhidos celulares, máquinas de cartão e um tablet, que serão submetidos à perícia. A Polícia Civil informou que mais detalhes só serão divulgados após a conclusão das investigações.

No momento da prisão, Vinícius vestia uniforme da rede de academias Bodytech. Em nota, a empresa esclareceu que ele atuava apenas como personal externo, na condição de locatário do espaço, e que não presta serviços no local desde março de 2025. A Bodytech manifestou solidariedade às vítimas e afirmou estar à disposição das autoridades.

Relatos indicam prejuízo além de R$ 500 mil

Relatos de vítimas reforçam a suspeita de que o montante dos golpes supere os R$ 500 mil já estimados pela polícia. Uma médica contou ter pago R$ 12 mil por um plano anual, recebido apenas um mês de aulas e acumulado prejuízo superior a R$ 40 mil. Outra mulher relatou que contratou oito meses de treinos, mas o personal passou a faltar já no primeiro mês, apresentando sempre justificativas semelhantes. Nenhuma delas recebeu devolução dos valores.

Temos certeza de que esses R$ 500 mil são só a ‘pontinha do iceberg’. Há fortes indícios de que existam muito mais vítimas - delegada Bianca Prado

Em manifestações anteriores, o personal negou todas as acusações, alegou estar devolvendo valores referentes a “desacordos comerciais” e declarou que está à disposição para colaborar com as apurações.

Com a prisão preventiva decretada, o material apreendido segue em análise pela Polícia Civil, que continua a investigar o caso e a identificar novas possíveis vítimas.

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