Maria da Fé inicia colheita de Azeitona e espera produção recorde de Azeite em 2024
Secretário Leônidas Oliveira participa da abertura oficial na cidade reconhecida por suas grandes plantações de oliveiras
Por Plox
12/01/2024 10h05 - Atualizado há mais de 1 ano
Maria da Fé, a cidade mais fria de Minas Gerais, conhecida por suas extensas plantações de oliveiras, inaugurou nesta quinta-feira (11) a temporada de colheita de azeitonas, com a expectativa de superar os 60 mil litros de azeite extra virgem produzidos na safra de 2024. Este otimismo surge após uma queda na produção no ano anterior, atribuída às mudanças climáticas.

O evento contou com a presença do secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, que teve a honra de colher as primeiras azeitonas de oliveiras centenárias na principal praça da cidade. Oliveira destacou a importância do turismo de experiência na região, mencionando as rotas de azeite que atraem visitantes de todo o país: "Temos muitos produtos característicos nossos, como a mandioca, o ora-pro-nóbis, o café. Nos últimos anos, Minas Gerais se torna mais importante ainda quando agrega novos produtos."
A olivicultura tem sido um pilar tanto para o turismo quanto para a gastronomia local há cerca de 15 anos. Dos dez produtores da região, pelo menos metade oferece experiências imersivas na produção do azeite, incluindo visitas aos olivais, degustações e harmonização com refeições em restaurantes locais, além da venda de uma variedade de produtos relacionados.
Números promissores
Durante a abertura da colheita, foi montada uma estrutura no centro cultural da cidade, onde os visitantes puderam conhecer outros produtos derivados da olivicultura, como artesanato e cosméticos. Pedro Moura, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), revelou dados encorajadores sobre a olivicultura na região da Mantiqueira, que atualmente abrange Minas Gerais e os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Existem aproximadamente 200 produtores em 80 municípios, cobrindo 3.000 hectares e contando com mais de 1 milhão de pés de oliveiras e 35 agroindústrias.
Moura destacou a associação da olivicultura com o turismo rural e gastronômico, e mencionou a expectativa de superar a produção de 60 mil litros de azeite do ano anterior. "Não sabemos se vamos conseguir chegar novamente nesse recorde, mas a expectativa é muito boa", disse.
A história e o futuro
A história da olivicultura em Maria da Fé remonta a 2008, quando o primeiro azeite extravirgem brasileiro foi produzido na cidade. Desde então, a cultura da oliveira ganhou força, impulsionando outros setores da economia local. Pedro Moura, da Epamig, ressaltou os 50 anos de pesquisa e tecnologia da empresa, celebrando também os 15 anos da primeira extração de azeite.
Em fevereiro, a Epamig sediará a Azeitech, incluindo o 19º Dia de Campo e a 9ª Mostra Tecnológica, além de uma feira gastronômica, com foco na cadeia produtiva da olivicultura. Além disso, Maria da Fé vem se destacando na produção de vinhos, com Leonardo Lorenzo da Vinícola Lorenzo liderando esse novo segmento. A região é promissora para a produção de vinho devido ao seu clima e altitude.
Este panorama positivo da olivicultura em Maria da Fé reflete a crescente diversificação e fortalecimento do setor agrícola de Minas Gerais, com a olivicultura se estabelecendo como uma fonte significativa de turismo, gastronomia e desenvolvimento econômico na região.