Em Pernambuco, mulher morre por raiva humana após contato com sagui que fugia de queimadas
Caso é o primeiro no estado em oito anos; Brasil somou 48 registros da doença entre 2010 e 2024.
Por Plox
12/01/2025 14h54 - Atualizado há 4 meses
Uma mulher de 56 anos, residente em Santa Maria do Cambucá, no agreste de Pernambuco, faleceu neste sábado (11/01) após contrair raiva humana. A paciente estava internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco (HUOC/UPE), em Recife, onde recebeu atendimento desde 31 de dezembro. Ela apresentou sintomas como dormência, dores e fraqueza, além de um ferimento na mão esquerda causado por um sagui.

Dois dias após sua internação, o quadro se agravou com episódios de agitação e insuficiência respiratória, sendo necessário o uso de ventilação mecânica. O diagnóstico foi confirmado por exames realizados no Instituto Pasteur de São Paulo, que identificaram o vírus de origem silvestre.
Primeiro caso em Pernambuco em oito anos
Esse foi o primeiro registro de raiva humana em Pernambuco após um intervalo de oito anos. Em âmbito nacional, entre 2010 e 2024, foram registrados 48 casos da doença. Desses, 24 foram causados por morcegos, nove por mordidas de cães, seis por primatas não humanos, dois por raposas, quatro por felinos e um por bovino. Dois casos tiveram origem indeterminada.
Contato com sagui após queimadas
O contato com o animal infectado ocorreu em área urbana. Segundo autoridades, queimadas forçaram o sagui a abandonar seu habitat natural e buscar refúgio próximo às habitações humanas. Esse tipo de interação aumenta o risco de transmissão de doenças, especialmente quando ocorre mordida, lambida ou arranhão por animais silvestres.
Entenda a raiva humana
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda causada por vírus do gênero Lyssavirus, com uma taxa de letalidade que se aproxima de 100%. A transmissão ocorre por meio da saliva de mamíferos infectados, geralmente por mordidas, arranhões ou lambidas em feridas abertas.
Prevenção e vacinação
De acordo com o Instituto Butantan, a vacinação anual de animais domésticos é a forma mais eficaz de prevenção da raiva. Também existe vacina disponível para humanos, indicada preventivamente para profissionais que lidam com animais, como veterinários e tratadores.
Em caso de exposição ao vírus, a administração da vacina e do soro antirrábico deve ser imediata. A vacina pós-exposição induz a formação de anticorpos, enquanto o soro é capaz de neutralizar o vírus. Essas medidas são fundamentais, já que a doença pode levar até 45 dias para se manifestar, mas sua progressão é rápida e fatal.