Brasil busca negociação com Trump após taxação do aço
Haddad se reúne com setor do aço e afirma que Lula pede 'muita calma' diante da medida dos EUA
Por Plox
12/03/2025 11h31 - Atualizado há 3 dias
O governo brasileiro iniciou negociações para lidar com a taxação de 25% imposta pelos Estados Unidos sobre o aço exportado pelo Brasil. Em resposta à decisão do presidente americano Donald Trump, que entrou em vigor nesta quarta-feira (12), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com representantes da indústria do aço para discutir possíveis medidas.

Durante o encontro, os empresários do setor apresentaram sugestões para mitigar os impactos da taxação e pediram que o governo brasileiro busque um acordo com os EUA, ao invés de adotar medidas de retaliação imediata. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou o governo a agir com cautela. \"O presidente Lula falou: 'muita calma nessa hora'. Nós já negociamos em condições muito mais desfavoráveis do que essa\", afirmou Haddad.
Segundo o ministro, os representantes da indústria argumentaram que a taxação não apenas prejudica o Brasil, mas também pode gerar efeitos negativos para a economia americana. \"Eles trouxeram argumentos muito consistentes de que não é bom negócio sequer para os americanos. Segundo o setor do aço, o diagnóstico do governo americano a respeito da exportação brasileira está equivocado\", destacou Haddad.
A postura do governo brasileiro marca uma mudança de tom em relação à posição defendida por Lula em janeiro, quando o presidente declarou que poderia retaliar a taxação americana com impostos sobre produtos dos EUA. Agora, o governo busca alternativas menos confrontativas.
A decisão sobre eventuais medidas para responder à taxação cabe ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Nos próximos dias, o Ministério da Fazenda enviará uma nota técnica com uma avaliação detalhada das sugestões apresentadas pelo setor do aço.
Enquanto a negociação com os Estados Unidos avança, o governo avalia formas de proteger a indústria nacional sem comprometer as relações comerciais entre os dois países.