Bolsonaro relata dores na região da facada e pode passar por nova cirurgia
Após mal-estar durante evento no RN, ex-presidente é transferido para Brasília com suporte de UTI aérea e relata situação como a mais grave desde 2018.
Por Plox
12/04/2025 15h44 - Atualizado há 5 dias
O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a ser internado, desta vez após sentir dores abdominais intensas e apresentar um quadro de distensão na região. O episódio aconteceu na sexta-feira (11), enquanto ele participava de um evento promovido pelo Partido Liberal (PL), no estado do Rio Grande do Norte.

A equipe médica optou inicialmente por mantê-lo em observação em Natal, capital do estado, mas neste sábado (12), a decisão foi pela transferência para Brasília. O deslocamento aconteceu em uma aeronave equipada com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea, garantindo suporte médico durante todo o trajeto.
Segundo os profissionais que acompanham o ex-presidente, a situação clínica é considerada estável. A distensão abdominal diminuiu, e o boletim divulgado na tarde deste sábado informou que Bolsonaro teve uma boa noite de descanso, dormindo por mais de oito horas. Ainda assim, os médicos não estipularam uma previsão para alta hospitalar.
O próprio Bolsonaro se pronunciou por meio das redes sociais, afirmando que essa foi a pior crise de saúde que enfrentou desde o atentado com faca durante a campanha de 2018. Ele agradeceu à equipe médica pelo atendimento e afirmou estar em recuperação.
"Estou estável, em recuperação, e mais uma vez cercado por profissionais competentes, a quem só posso agradecer", declarou.
O primeiro boletim médico, emitido na sexta-feira, já havia apontado para distensão abdominal e dor. Naquele momento, os sinais vitais estavam dentro da normalidade, e ele recebia hidratação e antibióticos como medida preventiva. Também foram solicitados exames de imagem com contraste, para uma análise mais detalhada do seu quadro.
Por medidas de segurança, um andar inteiro do hospital foi reservado exclusivamente para Bolsonaro. A direção da instituição informou que a decisão não comprometeu o funcionamento das demais áreas do hospital.
Mais cedo, neste sábado, Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado e filho do ex-presidente, compartilhou uma imagem de uma chamada de vídeo que realizou com Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez, ex-presidente do Paraguai. Na imagem, Jair aparece deitado em uma cama hospitalar, ligado a equipamentos, enquanto Eduardo e Benítez sorriem durante a conversa. O ex-presidente brasileiro repostou a publicação.
Eduardo Bolsonaro, que atualmente vive nos Estados Unidos após se licenciar da Câmara dos Deputados, já havia expressado críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), motivo pelo qual se afastou do mandato.
Durante seu pronunciamento, Jair Bolsonaro também aproveitou para comentar a movimentação política em Brasília relacionada à tentativa de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Ele demonstrou apoio aos parlamentares que têm pressionado o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que paute a proposta de urgência sobre a anistia.
"Seguimos firmes. Um passo de cada vez. Em breve estarei de volta para lutar pela anistia dos presos políticos e por um país mais livre e mais próspero, como o povo brasileiro merece", declarou Bolsonaro nas redes.
Enquanto isso, Hugo Motta busca um acordo com o Supremo Tribunal Federal para tentar reduzir as penas de parte dos envolvidos, com o objetivo de aliviar a tensão política e evitar um conflito institucional com o Judiciário, que tem julgado os acusados de atos golpistas.
O quadro clínico de Bolsonaro segue sob observação, e a expectativa de uma nova cirurgia está sendo avaliada conforme os exames avançam.