Temer critica conflitos no governo Lula e exalta papel do STF

Durante conferência em Harvard, ex-presidente alerta para instabilidade no Planalto, elogia Hugo Motta e defende equilíbrio institucional

Por Plox

12/04/2025 13h47 - Atualizado há 11 dias

Durante sua participação na 11ª edição da Brazil Conference, realizada em Harvard neste sábado (12), o ex-presidente Michel Temer (MDB) lançou críticas ao cenário político atual no Brasil, destacando as dificuldades enfrentadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apontando divergências internas como fator de instabilidade.


Imagem Foto: Reprodução


Segundo Temer, apesar do empenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os conflitos dentro da própria administração têm comprometido a condução do país. O ex-presidente relembrou que, em sua gestão, procurava resolver desentendimentos entre ministros longe dos holofotes. “Quando um ministro piscava feio para o outro, eu chamava os dois para conversar. Isso não vazava para a imprensa”, afirmou.



Ao comentar sobre a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), Temer fez questão de ressaltar sua importância para a manutenção da democracia. Ele elogiou a atuação da Corte em momentos decisivos, como no julgamento da Primeira Turma que tornou réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado. “O Supremo teve um papel extraordinário ao preservar o funcionamento pleno das instituições”, disse.



Temer também falou sobre a atual liderança do Congresso Nacional. Ele demonstrou confiança no presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), destacando sua preparação e capacidade, mesmo sendo jovem. O emedebista também mencionou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), prevendo um bom desempenho conjunto na condução legislativa. “Conhecendo-os como conheço, sei que ambos irão cumprir rigorosamente o que determina a Constituição”, declarou.


Além disso, ele fez uma crítica indireta ao direcionamento das relações exteriores do Brasil. De acordo com o ex-presidente, a diplomacia com os Estados Unidos deve permanecer institucional, sem ser influenciada por relações pessoais entre chefes de Estado. “A relação não é entre Trump e Lula, é entre os presidentes das duas nações. As simpatias pessoais não devem interferir”, pontuou.


Na eleição americana anterior, o presidente Lula demonstrou apoio à democrata Kamala Harris, mas após a vitória de Donald Trump, parabenizou o republicano e reforçou o respeito ao processo democrático e o compromisso com o diálogo bilateral.


Ao ser questionado sobre a impopularidade de sua gestão, especialmente em comparação com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Temer respondeu que, mesmo com baixa aprovação, seu governo foi marcado pela harmonia e por reformas estruturais importantes. “Tínhamos uma equipe bastante harmoniosa e conseguimos avançar em temas fundamentais”, concluiu.


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