EUA e China firmam acordo e reduzem tarifas bilionárias
Potências globais anunciam corte significativo nas tarifas de importação e criam canal de diálogo para evitar novos conflitos comerciais
Por Plox
12/05/2025 08h02 - Atualizado há 1 dia
Estados Unidos e China anunciaram nesta segunda-feira (12) um acordo que marca uma reviravolta nas relações comerciais entre as duas maiores economias do planeta. Após uma nova rodada de negociações realizada em Genebra, na Suíça, as nações decidiram por uma suspensão parcial das tarifas comerciais, numa tentativa de conter a escalada dos conflitos econômicos iniciada em abril.

Pelo acordo firmado, a China vai reduzir de forma expressiva as tarifas aplicadas sobre produtos americanos, passando de 125% para 10% ao longo dos próximos 90 dias. Por outro lado, os Estados Unidos também vão cortar seus tributos sobre produtos chineses, reduzindo a taxa de 145% para 30% no mesmo prazo. Essa decisão é vista como o passo mais concreto para reverter o aumento abrupto das tarifas imposto nos últimos meses.
Além das reduções, os dois países concordaram em estabelecer um mecanismo permanente de consulta e diálogo. Essa estrutura será liderada por três figuras centrais: o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng; o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent; e o representante comercial americano, Jamieson Greer. O objetivo é prevenir novos atritos e criar uma via estável para negociações futuras.
Durante os encontros, Greer destacou que o tema do fentanil, droga sintética que vem assolando os EUA, foi abordado diretamente pela primeira vez com as autoridades chinesas. Segundo ele, houve uma abertura inédita de Pequim para compreender e agir contra a produção e exportação ilegal dos componentes químicos usados na fabricação da substância.
“Houve um comprometimento surpreendente quando abordamos a crise do fentanil. Foi a primeira vez que a China entendeu a magnitude do que está acontecendo nos Estados Unidos”, afirmou Greer.
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, também expressou otimismo em relação ao resultado das negociações. Ele ressaltou o ambiente de respeito mútuo durante os dois dias de reuniões e avaliou que os encontros serviram não apenas para selar o pacto comercial, mas também para reconstruir pontes diplomáticas.
Bessent enfatizou ainda que o novo canal de consultas entre os países evitará futuras escaladas agressivas como a verificada recentemente. A guerra tarifária vinha se agravando desde abril, quando ambos os lados aumentaram suas taxas a níveis recordes: 145% para importações chinesas e 125% para produtos norte-americanos.
A comunidade internacional acompanha com atenção o desdobramento deste acordo, que pode gerar reflexos significativos na economia global. Analistas avaliam que o alívio tarifário poderá ajudar na estabilização dos mercados e na retomada das cadeias produtivas afetadas pela guerra comercial. O canal de diálogo permanente é visto como uma oportunidade de evitar novos embates que, até aqui, vinham pressionando o comércio internacional.