Minas Gerais cria Rede de Medicina Fetal pioneira no SUS
Governo estadual lança iniciativa inédita para garantir diagnóstico precoce e cuidado especializado a gestantes e bebês em todo o estado
Por Plox
12/05/2025 18h12 - Atualizado há 3 dias
Neste semana em que é celebrado o Dia das Mães, o Governo de Minas anunciou uma iniciativa para fortalecer o cuidado com a saúde das gestantes e dos bebês em todo o estado: a implantação da primeira Rede de Medicina Fetal no Sistema Único de Saúde (SUS), prevista para começar ainda em 2025. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a nova estrutura será responsável por oferecer, de forma inédita no Brasil, acesso a diagnósticos de alta complexidade e tratamentos especializados para complicações durante a gestação, com ênfase em casos que necessitem de intervenção antes da 25ª semana. Veja os detalhes na Live.
"Minas está mostrando que é possível inovar no SUS, com planejamento, responsabilidade e foco na vida. Ao implantar a primeira Rede de Medicina Fetal do país, colocamos nosso estado na vanguarda do cuidado materno-infantil e deixamos um legado para futuras gerações de mineiros"
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Essa rede permitirá ampliar o acesso a exames como ultrassonografias especializadas, além de viabilizar cirurgias intrauterinas que podem fazer a diferença entre a vida e a morte para muitos fetos. A proposta também prevê acolhimento humanizado e encaminhamento ágil para gestantes com complicações.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, as diretrizes da rede são únicas no país e representam um marco no atendimento à população:
\"Minas tem atuado de forma firme para garantir acesso, diagnóstico, assistência e cuidado integral à saúde de gestantes, parturientes, puérperas e crianças\"
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A diretora de Gestão da Integralidade do Cuidado, Lírica Salluz Mattos Pereira, reforça que além dos avanços técnicos, o projeto simboliza acolhimento e atenção dedicada às famílias: “Vamos facilitar o acesso, a identificação precoce e o encaminhamento para exames e cirurgias, com um olhar humanizado para as gestantes e os fetos que precisarem de atenção especializada”.
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A história de Kênia Carvalho e sua filha Katharina, que hoje tem sete anos, ilustra a importância de uma rede estruturada. Durante a gestação, Kênia enfrentou uma grave hipertensão e foi internada por sangramento. Após ser transferida entre unidades hospitalares, precisou passar por um parto prematuro com apenas 25 semanas de gestação. “Recebi todo o cuidado e minha filha também. Ela ficou na UTI até o pulmão se desenvolver melhor. Lutou muito. É uma guerreira”, conta, emocionada.
A ação faz parte de uma série de projetos estratégicos que visam melhorar os índices de saúde materno-infantil. Em 2024, foi lançada a Linha de Cuidado Materno-Infantil, documento que orienta os serviços de saúde desde o planejamento da gravidez até o primeiro ano de vida do bebê, promovendo um acompanhamento contínuo e humanizado.
Nas unidades de saúde da Atenção Primária, as gestantes são acolhidas com consultas de pré-natal e orientações essenciais. Em casos que exigem atenção especial, há encaminhamento para serviços de maior complexidade. Após o nascimento, mãe e filho seguem acompanhados com foco na saúde da puérpera e no desenvolvimento da criança.
Lírica destaca que a Atenção Primária atua em todas as fases: “As equipes orientam desde o planejamento familiar até a amamentação e o cuidado com os filhos, garantindo apoio contínuo às mães”.
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Minas Gerais conta com mais de 340 instituições de saúde que atendem partos de forma humanizada. Dessas, 144 integram a Política Hospitalar Valora Minas, que vai repassar mais de R$ 169 milhões em 2025 para o fortalecimento dessa rede.
Para enfrentar a mortalidade materna e infantil, o estado também adotou medidas como o Projeto Aurora, que busca reduzir a Razão de Mortalidade Materna para 30 por 100 mil nascidos vivos e diminuir a Taxa de Mortalidade Infantil para menos de um por mil até 2027, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
A essas ações soma-se a estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia (0MMxH), implementada com apoio do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde. Vinte e sete instituições mineiras já participam de oficinas para qualificação do cuidado e prevenção de mortes por hemorragia.
Outro destaque é o programa Filhos de Minas, lançado em fevereiro de 2025. Voltado à redução da mortalidade materno-infantil, o programa incentiva gestantes do Bolsa Família a realizarem o acompanhamento pré-natal com ao menos cinco consultas até a 28ª semana ou sete consultas durante toda a gestação. Quem atender aos critérios, além de estar com as vacinas em dia, recebe um kit completo de enxoval. A previsão é de distribuição de 38.760 kits em 2025, com investimento de R$ 12,5 milhões.