"Dia dos Namorados: descubra como amor e paixão impactam positivamente a saúde"

No Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho, as expressões de amor e paixão são intensificadas. Além do aspecto afetivo, estes sentimentos também possuem um papel importante na promoção da saúde, de acordo com a psiquiatra Julia Trindade, membro da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

Entendendo a paixão e o amor

A paixão é normalmente caracterizada por uma atração intensa e um forte impulso motivacional, que nem sempre precisa ser correspondido, explica Trindade. Este sentimento ativa áreas de recompensa no cérebro, como o núcleo accumbens, provocando a liberação de dopamina e noradrenalina. Estes neurotransmissores são responsáveis por desencadear reações como o aumento da frequência cardíaca, suor e dilatação das pupilas.

Por outro lado, o amor é uma experiência mais profunda e duradoura, envolvendo conexão emocional, intimidade e comprometimento. Estudos sugerem que o amor romântico está associado à área do córtex pré-frontal, que gerencia processos cognitivos e regula as emoções, aponta Trindade.

Os benefícios do amor à saúde

A psiquiatra Jéssica Martani acrescenta que se apaixonar traz inúmeros benefícios à saúde. Ela destaca que os sentimentos de paixão e amor podem aumentar a felicidade, satisfação e contentamento, promovendo o bem-estar emocional.

Estar apaixonado também pode resultar em uma redução dos níveis de cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, contribuindo para um estado de relaxamento. Além disso, o amor e a intimidade são capazes de fortalecer o sistema imunológico, tornando-o mais eficiente na proteção contra doenças e auxiliando na recuperação de enfermidades.

Há evidências de que um relacionamento amoroso saudável está associado a uma maior expectativa de vida e a uma menor incidência de transtornos psiquiátricos, incluindo depressão grave, e pode reduzir o risco de suicídio, aponta Martani. A existência de um relacionamento amoroso também aumenta a autoconfiança e diminui o isolamento social.

Os hormônios da paixão e do amor

Entre os responsáveis por esses benefícios, Martani e Trindade destacam a dopamina, ocitocina, serotonina e adrenalina. A paixão inicial está associada ao aumento significativo nos níveis de dopamina, fundamental para a sensação de motivação, recompensa e prazer. A ocitocina, conhecida como o hormônio do amor, é liberada com a intimidade e o apego emocional, promovendo sentimentos de confiança, empatia e vínculo social, além de ajudar a reduzir a ansiedade. A paixão também pode resultar no aumento dos níveis de serotonina, que regula o humor e as emoções.

Adicionalmente, a adrenalina é liberada na fase inicial da paixão, provocando excitação, aceleração dos batimentos cardíacos e aumento de energia.

Outro hormônio que merece destaque é a vasopressina, que atua na formação de relações íntimas e na fidelidade, sendo associada ao apego duradouro e à formação de laços românticos estáveis. As sensações de excitação e felicidade provocadas pela paixão também podem levar à liberação de endorfinas, neurotransmissores que promovem sensações de bem-estar e alívio da dor, explica Trindade.

Impactos na saúde cardiovascular e mental

Julia Trindade acrescenta que o sistema cardiovascular é beneficiado, pois a excitação gerada pela paixão pode aumentar a frequência cardíaca e melhorar a circulação sanguínea. Além disso, a saúde mental também é favorecida, uma vez que os neurotransmissores e hormônios liberados aumentam as sensações de felicidade, alegria, segurança, pertencimento e bem-estar, melhorando o humor de quem está apaixonado.