Nova taxação afeta milhões de pequenos investidores no Brasil

Governo impõe imposto de 5% sobre investimentos antes isentos e atinge principalmente contas tradicionais

Por Plox

12/06/2025 13h14 - Atualizado há 1 dia

Uma mudança significativa na tributação de investimentos no Brasil promete impactar diretamente a vida financeira de milhões de cidadãos comuns.


Imagem Foto: Agência Brasil


A medida, anunciada pelo governo federal na segunda-feira, 9 de junho, determina a aplicação de uma alíquota de 5% de Imposto de Renda sobre rendimentos provenientes de produtos que até então eram isentos. Entre os investimentos atingidos estão as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e debêntures incentivadas.



De acordo com informações apuradas pela plataforma Poder360 com base em dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), essa nova taxação deve alcançar aproximadamente 6,48 milhões de contas no país. Dentre elas, a maior parte – cerca de 4,12 milhões – pertence ao grupo classificado como de investidores tradicionais, ou seja, pessoas físicas comuns, sem patrimônio elevado no mercado financeiro.



Ainda segundo a Anbima, 63,7% dessas contas são compostas por esse público tradicional. Os demais investidores se dividem entre o grupo de alta renda, que possui 2,18 milhões de contas, e o segmento denominado \"private\", que reúne quem detém mais de R$ 5 milhões aplicados, representando uma parcela menor, mas com valores mais expressivos.


O volume total investido nos ativos agora tributados ultrapassa R$ 1,2 trilhão. Desse montante, R$ 361,2 bilhões estão sob responsabilidade dos investidores tradicionais. Já os clientes de alta renda concentram R$ 387,2 bilhões, enquanto os da categoria \"private\" respondem por R$ 485 bilhões.



Apesar das declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que indicavam que a medida atingiria prioritariamente os mais ricos, os números revelam que a maior parte das contas impactadas pertence ao público de menor poder aquisitivo.


\"A maioria das contas afetadas é de pessoas comuns, e não de grandes investidores\", apontam os dados coletados pela Anbima

Com a nova taxação, investidores que antes contavam com a isenção para planejar seus rendimentos precisarão reavaliar suas estratégias, já que o impacto será sentido especialmente por quem possui menor capacidade de diversificação.



A medida marca mais um capítulo nas alterações promovidas pelo governo no sistema tributário brasileiro, buscando equilibrar as contas públicas, mas gerando preocupação entre os pequenos poupadores e agentes do mercado.


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