Fome e insegurança alimentar: um panorama crescente segundo relatório da ONU

O país registra 21 milhões de indivíduos que vivenciam a falta de comida diariamente, e outros 70,3 milhões que enfrentam a insegurança alimentar

Por Plox

12/07/2023 14h51 - Atualizado há quase 2 anos

A ONU revelou dados alarmantes na última quarta-feira (12) através de um relatório sobre a situação da segurança alimentar e nutrição global. A entidade constatou que a insegurança alimentar e a fome aumentaram tanto no cenário internacional quanto no Brasil, um país que viu 1,5 milhão de seus cidadãos adentrar essa triste realidade, elevando o total de brasileiros afetados para mais de 70 milhões.

 

Foto: Reprodução

O país registra 21 milhões de indivíduos que vivenciam a falta de comida diariamente, e outros 70,3 milhões que enfrentam a insegurança alimentar, um estado caracterizado por dificuldades graves ou moderadas em obter alimentos e refeições suficientes. Com 20,1 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave, representando 9,9% da população, o Brasil viu um acréscimo de 5,7 milhões de indivíduos nesse quadro desde o último levantamento.

O relatório apresenta também que 70,3 milhões de brasileiros passam por momentos em que não conseguem se alimentar adequadamente. Esse grupo inclui pessoas que enfrentam a insegurança alimentar moderada ou grave, tendo aumentado em 9 milhões de brasileiros desde a última publicação pela FAO/ONU.

No panorama global, a situação é igualmente preocupante. Nos últimos três anos, houve um aumento de 735 milhões de pessoas passando fome e 2,3 bilhões em situação de insegurança alimentar, um total de 29,5% da população mundial. O relatório ressalta que, entre 2020 e 2022, 892,7 milhões de pessoas em todo o mundo, o equivalente a 11,3% da população, estavam em uma situação de insegurança alimentar grave.

Iniciativas e declarações frente ao grave problema de insegurança alimentar

Diante deste cenário, QU Dongyu, o diretor-geral da FAO, alertou que o impacto desigual da recuperação da pandemia global, a guerra na Ucrânia afetando a disponibilidade de alimentos nutritivos e dietas saudáveis, além da instabilidade econômica e mudanças climáticas, estão contribuindo para aprofundar a crise de insegurança alimentar.

Daniel Balan, representante da WFP e diretor do Centro de Excelência contra a Fome, expressou a urgência de implementação de políticas públicas eficazes para reverter esse quadro, visto que o mundo continua a produzir alimentos suficientes para toda a população. Balan ressaltou que, até 2030, os países precisam se unir para modificar os sistemas alimentares e nutricionais, combatendo as crises políticas e econômicas que têm levado muitas pessoas abaixo da linha da pobreza.

No contexto nacional, o ministro Wellington Dias, do Ministério de Desenvolvimento Social, declarou que o governo tem a missão de eliminar a fome no Brasil. Ele mencionou a integração de esforços entre ministérios, estados, municípios e entidades para alcançar essa meta, e anunciou o futuro lançamento do Plano Brasil Sem Fome, com o objetivo de reduzir a pobreza e a extrema pobreza. Ele mencionou ainda que 18,5 milhões de famílias, totalizando 43,5 milhões de brasileiros, já conseguiram elevar a renda em 2023 com o novo programa Bolsa Família.

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