Parque Ipanema, em Ipatinga, recebe sessão de cinema gratuita nesta quarta-feira
A sessão gratuita ao ar livre será realizada às 19h30
Por Plox
12/07/2023 17h05 - Atualizado há mais de 1 ano
Parque Ipanema, em Ipatinga, recebe sessão de cinema gratuita nesta quarta-feira O Curta Vitória a Minas II exibirá em sessão gratuita ao ar livre, no Parque Ipanema, em Ipatinga (MG), ficções e documentários feitos por moradores de cidades capixabas e mineiras que se desenvolveram no entorno da Estrada de Ferro Vitória a Minas. O destaque da noite de exibição será o curta-metragem “Santa Cruz”, de Rita Bordone, moradora da cidade. O caminhão-cinema do Curta Vitória a Minas II chega em Ipatinga (MG) nesta quarta-feira (12/07) para lançar o curta-metragem “Santa Cruz” dirigido pela artista visual Rita Bordone. A ficção resgata o encantamento de uma menina de 11 anos pelas cores do ritual católico de celebração da Santa Cruz vivido ao lado da saudosa mãe. A obra integra a coletânea de ficções e documentários feitos por moradores de cidades que se desenvolveram no entorno da Estrada de Ferro Vitória a Minas. A sessão gratuita ao ar livre será realizada às 19h30, no Parque Ipanema. E a Plox recebe no estúdio para um bate-papo a diretora Rita Bordone e a atriz Luzia di Resende.
Assista:
No total, quatro curta-metragens são exibidos nesta quarta-feira no Parque Ipanema: “Santa Cruz”, de Rita de Cacia Bordone, de Ipatinga (MG); “Colatina, A Princesa do Rock, de Nilo José Rezende Tardin, de Colatina (ES); “Holerite”, de Ademir de Sena Moreira, de Naque (MG), e “Bicicleta Envenenada”, de Luciene da Conceição Mendes Crepalde, de Nova Era (MG). A estrutura de exibição inclui uma telona de 9x6 metros, projetores, sistema de sonorização e cadeiras para acomodar os espectadores. A caravana está percorrendo municípios capixabas e mineiros para exibir em ruas e praças as histórias transformadas em filme através do projeto.
Saiba um pouco sobre a obra e a diretora
Em meados dos anos 70, em Bom Jesus do Galho (MG), Rita de Cacia Bordone tinha 11 anos e seus olhos brilhavam diante do papel de seda colorido recortado por sua mãe para enfeitar cruzes de madeira que seriam instaladas em diversos pontos da casa. A menina acostumada aos tons terrosos e pálidos da estrada de chão nunca esqueceu o encantamento pelas cores das cruzes decoradas como um gesto de gratidão e um pedido de proteção a Nossa Senhora.
Essa antiga tradição católica em homenagem a Maria é a inspiração para a história “Santa Cruz” selecionada pelo Curta Vitória Minas II para ser transformada em filme. A autora conta que nasceu em um ambiente festeiro e afetuoso. Os avós maternos costumavam receber muitos visitantes em casa. Os pais prestigiavam os eventos culturais e celebravam as festas populares e religiosas da comunidade. Sua mãe, Maria Pires de Faria, conhecida como Dona Totinha, benzedeira, costureira e artesã, confeccionava as cruzes e as distribuía pela casa, nas janelas, na porta do lado de fora e no paiol aonde se guardava os alimentos.
O gesto entregava um pedido de proteção contra o mal, as adversidades e os infortúnios da existência. Rita acompanhava com atenção cada cuidado da mãe na preparação das cruzes que, na imaginação da pequena Rita, subiam aos céus para encontrar a Virgem Maria. Essas memórias marcam a ficção “Santa Cruz”. As gravações da ficção aconteceram na zona rural de Ipatinga, nos distritos de Tribuna e Ipaneminha, mobilizaram as comunidades e envolveram no elenco moradores da cidade.
O amor pela arte e a cultura acompanhou a trajetória da mineira. Formada em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB), participou de diversas oficinas de artes visuais, teatro, dança contemporânea, cenografia e maquiagem, se especializou na arte da impressão têxtil botânica em utilitários e costuma aproveitar objetos do cotidiano para criar exposições com temáticas sociais e ambientais em galerias de arte.
Rita integra a Federação Nacional de Artesanato, faz parte do Movimento Fashion Revolution pela sustentabilidade na moda, em favor do preço justo, contra o trabalho escravo, em defesa do meio ambiente e dos direitos humanos, e ainda participa do Wikiaves, um site brasileiro que reúne fotos e sons de diferentes espécies de pássaros enviados por observadores de pássaros.
O circuito de exibição do Curta Vitória a Minas II foi aberto em Aracruz (04/07), passou por Ibiraçu (05/07), João Neiva (06/07), Colatina (07/07) e Baixo Guandu (08/07), no Espírito Santo. Aimorés foi a primeira cidade mineira a receber a caravana que, em seguida, partiu em direção a Ipatinga (12/07). Depois, o caminhão-cinema seguirá para Naque (13/07), Coronel Fabriciano (14/07) e Nova Era (15/07), em Minas Gerais. Em cada sessão, a comunidade assiste ao curta-metragem do lugar e a obras feitas por outros autores selecionados. O projeto é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com a realização do Instituto Marlin Azul, Ministério da Cultura/Governo Federal e, em Ipatinga, conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Ipatinga.
Conheça as etapas do Curta Vitória a Minas II
Depois de selecionados em um concurso de histórias reais ou inventadas, os dez autores se juntaram em uma imersão de quinze dias, realizada em Santa Cruz, Aracruz (ES), para estudar com especialistas de cinema e televisão noções audiovisuais básicas sobre como transformar as histórias que contaram.
A turma de autores retornou para as cidades de origem para colocar em prática e compartilhar o que aprenderam com a comunidade, tendo o acompanhamento técnico de profissionais do projeto e o envolvimento de outros moradores em funções técnicas e artísticas. Após a montagem e a finalização, as obras participam agora do circuito de difusão que, além da exibição nas cidades participantes, inclui a inscrição dos curtas em mostras e festivais de cinema.
O Circuito de Exibição do Curta Vitória a Minas II reúne os curtas-metragens “Reciclando Vidas e Sonhos”, de Ana Paula da Conceição Imberti, de Ibiraçu (ES); “O TRex e a Pedra Lascada”, de Luan Ériclis Damázio da Silva, de João Neiva (ES); “Colatina, A Princesa do Rock, de Nilo José Rezende Tardin, de Colatina (ES); “O Último Trem”, de Fabrício Machado Bertoni, de Colatina (ES); “Um Ponto Rotineiro”, de Jaslinne Pyetra Matias dos Santos, de Baixo Guandu (ES); “Lia, Entre o Rio e a Ferrovia”, de Elisangela Bello Pereira Barcellos, de Aimorés (ES); “Santa Cruz”, de Rita de Cacia Bordone, de Ipatinga (MG); “Holerite”, de Ademir de Sena Moreira, de Naque (MG), “Um Olhar para a Maternidade”, de Patrícia Araújo Azevedo Alves, de Coronel Fabriciano (MG) e “Bicicleta Envenenada”, de Luciene da Conceição Mendes Crepalde, de Nova Era (MG).
O objetivo é possibilitar aos moradores das cidades que se desenvolveram ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas a oportunidade de contar histórias e transformar em filme, registrando as memórias, os costumes, os hábitos, as lendas e as peculiaridades destas localidades, contribuindo para o fortalecimento territorial e comunitário. Saiba mais sobre o projeto em curtavitoriaaminas.com.br
Serviço
Circuito de Exibição do Curta Vitória a Minas II
04 a 15 de julho de 2023
Classificação Livre
Entrada Gratuita