Superfecundação heteroparental: gêmeos de pais diferentes

Entenda como funciona e quais as chances de acontecer

Por Plox

12/07/2024 08h56 - Atualizado há cerca de 2 meses

Embora pareça uma situação saída de um roteiro de ficção, a possibilidade de gêmeos com pais diferentes é real. Esse fenômeno, conhecido como superfecundação heteroparental, ocorre quando uma mulher libera dois óvulos em um mesmo ciclo menstrual e estes são fecundados por espermatozoides de homens diferentes.

Foto: reprodução/ Pixabay

como acontece

"Habitualmente, em um ciclo tradicional, a mulher libera um óvulo por mês. Esse óvulo seria fertilizado por espermatozoide e viraria um embrião", explica o ginecologista e obstetra Nathan Ceschin, especialista em Reprodução Humana e membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Na superfecundação heteroparental, a mulher libera pelo menos dois óvulos, e esses óvulos precisam ser fecundados por espermatozoides de dois parceiros diferentes. Para que isso ocorra, a mulher deve ter relações sexuais com dois homens em um curto intervalo de tempo, dentro do período fértil.

casos documentados

"Não temos mais de 20 casos descritos na literatura. O fenômeno não é impossível, mas é muito raro", completa Ceschin. Em 2022, em Goiás, médicos identificaram um caso de gêmeos de pais diferentes. A paciente teve relações com dois homens no mesmo dia, resultando na fecundação dos dois óvulos. Outro caso foi documentado em 2021, na Colômbia, quando uma mulher, seus filhos e o pai biológico de uma das crianças fizeram um teste de DNA. O exame revelou paternidade máxima para um dos homens, mas não para o outro.

riscos da superfecundação heteroparental

Em termos de riscos, o ginecologista Nathan Ceschin esclarece que são equivalentes aos de uma gestação gemelar comum. Não há riscos adicionais específicos para a mãe ou para os bebês pelo fato de terem pais diferentes.

conclusão

A superfecundação heteroparental, apesar de extremamente rara, é uma realidade possível. Casos documentados mostram que a biologia pode surpreender, desafiando nossas expectativas sobre reprodução e paternidade.

 

 

 

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