Frio movimenta moda de inverno, mas indústria evita grandes apostas

Setor de malhas e tricôs comemora vendas impulsionadas pelas baixas temperaturas, porém mantém postura conservadora na produção

Por Plox

12/07/2025 09h17 - Atualizado há 1 dia

As temperaturas mais baixas neste inverno de 2025 aqueceram não apenas os termômetros, mas também o mercado de moda de inverno. Após um ano marcado por calor prolongado e vendas modestas, a indústria de malhas e tricôs respira aliviada com o aumento da procura por roupas quentinhas. Ainda assim, o setor evita grandes saltos de produção, agindo com cautela mesmo diante da boa demanda.


Imagem Foto: Pixabay


Em Belo Horizonte, o clima frio levou milhares de consumidores à Feira de Malhas e Tricô do Sul de Minas, realizada no Minascentro. A edição de maio, que previa receber 50 mil visitantes, surpreendeu ao ultrapassar os 75 mil. Com ticket médio de R$ 300 por pessoa, a feira de julho, que vai até domingo (13), deve repetir o sucesso da anterior, segundo estima a organizadora, Dayhana Nicoleti.



Ela lembra que em 2024 as vendas foram prejudicadas por um inverno atípico e temperaturas elevadas. Além disso, muitos fornecedores do setor, localizados no Rio Grande do Sul, sofreram os impactos das enchentes. Por esses motivos, o início deste ano foi marcado por uma postura mais reservada entre os produtores.



“Ao começarem as vendas no atacado, percebemos uma reação positiva. A produção foi ajustada conforme a procura, mas sem exageros”, afirma Dayhana. O vice-presidente do Sindimalhas, Gilberto Mairinques, reforça que o setor começou o ano com apreensão. “Os lojistas ainda tinham estoques cheios do ano passado e fizeram reposições mínimas. Só com o frio estabelecido é que houve confiança para novos pedidos”, conta.


Segundo Gilberto, as vendas melhoraram, mas o cenário ainda exige moderação. “Os estoques se esvaziaram, e mesmo as reposições foram feitas com cautela. O cliente está mais seletivo, compra apenas o que sabe que vai vender”, explica. Ele ressalta ainda que os altos juros e a situação macroeconômica têm impactado o consumo de moda, com menos impulso e mais estratégia nas compras.


Em meio ao alívio trazido pelo inverno mais tradicional, a indústria da moda segue atenta aos próximos passos, entre o desejo de aproveitar a temporada e o receio de repetir os erros de anos passados.


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