Padilha descarta quebra de patente após tarifaço de Trump

Ministro da Saúde critica declarações de Trump e reafirma compromisso com produção nacional de medicamentos

Por Plox

12/07/2025 07h36 - Atualizado há 1 dia

Durante visita à fábrica da Biomm, localizada em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), rechaçou a possibilidade de o Brasil recorrer à quebra de patentes de medicamentos como retaliação ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.


Imagem Foto: Agência Brasil


A entrega de 207.385 doses de insulinas humanas ao Sistema Único de Saúde (SUS) marcou o evento. Foram fornecidos 67.317 frascos de insulina regular e 140.068 de NPH, todos produzidos na Índia pela farmacêutica Wockhardt, que mantém parceria com a Biomm. Esta remessa faz parte do processo de transferência de tecnologia que permitirá a fabricação desses medicamentos em território brasileiro nos próximos anos.



Padilha não poupou críticas às falas de Trump, que classificou como “bravatas”. Segundo o ministro, o Brasil não se deixará levar por provocações.
“A gente não vai entrar nas confusões que o Trump quer fazer com o mundo. Eu vejo todas bravatas do Trump com tranquilidade e não me desespero com ela”

, afirmou. Ele ainda declarou que o presidente norte-americano tem o hábito de fazer “anúncios irracionais”.


A iniciativa de nacionalizar a produção de insulina integra uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), unindo esforços do Ministério da Saúde, da Biomm e da Fundação Ezequiel Dias (Funed). O projeto prevê a fabricação 100% nacional das insulinas NPH e regular, com capacidade para suprir metade da demanda do SUS — cerca de 45 milhões de doses por ano. O investimento inicial gira em torno de R$ 142 milhões, com expectativa de entrega de 8 milhões de unidades entre 2025 e 2026.


Além das novas insulinas, a Biomm já fabrica a insulina glargina — de ação prolongada — em Nova Lima. A empresa também faz parte de outra PDP, aprovada neste ano, voltada para ampliar a oferta do medicamento ao SUS em parceria com Bio-Manguinhos (Fiocruz) e a farmacêutica Gan & Lee.


Para Padilha, iniciativas como essas são fundamentais para assegurar a soberania nacional e diminuir a dependência de fornecedores internacionais, especialmente em cenários de instabilidade geopolítica. “O Brasil vem, cada vez mais, buscando atrair empresas que passem a investir aqui. Estamos aproveitando para aumentar a produção nacional. Vamos aproveitar cada fala irracional para ampliar os investimentos no Brasil”, concluiu o ministro.


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