Trump impõe tarifa de 30% a México e União Europeia
Medida entra em vigor em 1º de agosto e visa pressionar países a renegociarem acordos comerciais com os EUA. Brasil foi alvo da maior taxação, de 50%.
Por Plox
12/07/2025 10h46 - Atualizado há cerca de 23 horas
A partir do dia 1º de agosto, os Estados Unidos vão adotar uma tarifa de 30% sobre produtos importados do México e da União Europeia. A decisão foi anunciada por Donald Trump, atual presidente norte-americano, como parte de uma estratégia comercial mais agressiva.

Os primeiros países notificados foram o México e o bloco europeu, cujas líderes, Claudia Sheinbaum e Ursula Von der Leyen, respectivamente, receberam cartas formais comunicando a nova diretriz. Ao todo, Trump já enviou notificações semelhantes a outros 23 países, informando a aplicação de tarifas que variam entre 20% e 50%.
No caso do México, o governo dos EUA justificou a medida como uma resposta à crise do fentanil, responsabilizando os cartéis mexicanos e acusando o país de não conter o tráfico da substância. Apesar da cooperação em segurança de fronteiras, Trump afirmou que os esforços ainda são insuficientes para conter o fluxo da droga para o território americano.
\"O México tem ajudado a proteger a fronteira, MAS, o que foi feito ainda não é suficiente\"
, afirmou Trump, acrescentando que a tarifa também incidirá sobre produtos transbordados — aqueles reexportados a partir de outros países para evitar sanções.
Já a carta enviada à presidente da Comissão Europeia destacou o desequilíbrio no comércio bilateral e acusou a UE de adotar políticas que favorecem seu lado na balança. O presidente norte-americano disse que os EUA têm sido prejudicados por tarifas e barreiras não tarifárias, e reiterou que deseja um comércio mais justo e recíproco.
\"Nosso relacionamento tem sido, infelizmente, longe de ser recíproco\", declarou Trump
na correspondência à líder europeia, sinalizando que os produtos europeus também estarão sujeitos à tarifa de 30% a partir do mesmo prazo.
A resposta da União Europeia não tardou. Ursula Von der Leyen alertou que a imposição pode afetar duramente cadeias de suprimento essenciais e impactar consumidores e empresas de ambos os lados do Atlântico. Segundo ela, o bloco ainda busca uma saída negociada com os EUA para evitar a medida punitiva.
Enquanto isso, a Itália, por meio do gabinete da primeira-ministra Giorgia Meloni, reforçou seu apoio aos esforços da Comissão Europeia. O país defende a continuidade das negociações para que um eventual acordo comercial possa ser fechado antes da entrada em vigor da tarifa.
Além de México e União Europeia, outros países também foram alvos das medidas tarifárias. O Brasil, por exemplo, lidera a lista com uma taxa de 50%, a mais alta entre os notificados. Na outra ponta, as Filipinas receberam a menor tarifa, de 20%.
A medida representa uma escalada nas tensões comerciais globais e ocorre mesmo após declarações anteriores do republicano sugerirem avanços nas conversas com o bloco europeu. Internamente, Trump justificou a estratégia como essencial para combater o déficit comercial e proteger a economia e a segurança dos Estados Unidos.
As cartas enviadas incluem ainda um incentivo: empresas desses países que decidirem fabricar diretamente nos EUA poderão se livrar das tarifas, desde que cumpram as exigências e obtenham autorização, o que, segundo Trump, será feito de forma célere.
Com isso, o presidente norte-americano reafirma sua postura protecionista e endurece o tom diante de parceiros comerciais estratégicos. Agora, resta saber como os países afetados vão responder a esse novo capítulo da política econômica dos Estados Unidos.