Vice-governador de MG alerta para impacto de tarifa dos EUA e cobra nova postura internacional

Durante um evento realizado nesta sexta-feira (11), o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (NOVO), manifestou preocupação com os impactos da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo ele, a decisão unilateral do governo de Donald Trump representa um prejuízo significativo para a economia mineira, principalmente nos setores do agronegócio e da mineração.

Simões estima que a sobretaxa poderá representar uma perda de aproximadamente R$ 6 bilhões por ano apenas para o estado de Minas Gerais. $&&$“Você imagina que só na agricultura nós temos 2 bilhões de dólares de exportação para os Estados Unidos, por ano. Na mineração o número é parecido. Isso significa 1 bilhão de dólares de custo tributário criado pela decisão do governo Trump”$, destacou.

Diante desse cenário, o vice-governador defende a necessidade de diversificar os mercados internacionais e buscar alternativas ao americano para o escoamento da produção mineira. “É um momento de reflexão profunda sobre quais são as nossas estratégias para fora do mercado americano”, afirmou.

Simões também fez duras críticas à condução da política externa brasileira. Para ele, o governo federal tem cometido erros ao se envolver em grandes debates internacionais, o que, segundo o vice-governador, acaba provocando desconfortos diplomáticos. $&&$“O presidente do Brasil não é o comissário-geral da ONU para ficar discutindo os problemas mundiais”$, declarou.

Segundo o vice-governador, a prioridade deveria ser o interesse direto do país e a construção de relações comerciais sólidas com foco nos resultados. Ele avalia que menos politicagem e mais pragmatismo seriam fundamentais para evitar medidas retaliatórias como a imposta recentemente pelos Estados Unidos.

O alerta de Simões surge em um momento em que o impacto da tarifa de Trump repercute em diversas frentes da economia nacional, com reações políticas em Brasília e articulações para tentar reverter ou mitigar os efeitos da medida nos estados mais afetados, como Minas Gerais.