Policial penal que atirou e matou a jovem em Ipatinga deve responder por homicídio, diz delegado

Segundo Marcelo Marino, titular da Delegacia de Homicídios, a conduta do policial penal não pode ser considerada legítima defesa.

Por Plox

12/08/2022 18h58 - Atualizado há mais de 1 ano

Dois dias após a morte da assistente de educação, Danielly Silveira, de 23 anos, atingida por bala perdida, as investigações da Polícia Civil apontam que o policial penal, autor do disparo, não agiu em legítima defesa. Em entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira (12), Marcelo Marino explicou como foi a conduta do policial penal na noite de quarta-feira, no bairro Veneza em Ipatinga: “ele sai da casa dele e vai para o meio da rua para atirar contra a motocicleta e pouco se importando com quem estava na trajetória dos tiros; e essa conduta é absolutamente ilícita".

Acompanhe a explicação do delegado Marcelo Marino no vídeo:

 

O policial penal se apresentou à Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (12), acompanhado pelo advogado do Sindicato dos Policiais Penais, e entregou a sua arma, uma pistola 9mm. A perícia constatou que o projétil que acertou o olho de Danielly corresponde ao mesmo calibre da arma do policial penal. Apesar da constatação da autoria do crime, o delegado não pediu a prisão preventiva do policial. “Não estamos pedindo a prisão dele, pois ele se apresentou espontaneamente, colaborou com a investigação, entregou a arma, colaborou com a reprodução simulada dos fatos e não há um motivo legal para que seja decretada a prisão preventiva na nossa visão”, afirmou Marino.

 

Mas o delegado acionou a Justiça para expedir mandados de prisão contra os dois mototaxistas que atiraram em direção à casa do policial penal e do seu sobrinho, alvo dos bandidos. Os mototaxistas já têm ficha criminal. Um deles por tentativa de homicídio. Os dois estão foragidos.

 

Entenda o caso:

Segundo o boletim de ocorrência, a motivação de todo esse confronto teria sido uma discussão de trânsito que ocorreu na terça-feira entre o sobrinho do policial penal e os mototaxistas. Porém, a discussão evolui para uma agressão ao jovem. Depois disso, ele e o irmão decidiram se vingar e foram até o ponto de mototáxi e depredam o local. Os mototaxistas também resolvem se vingar, dando início à confusão na noite de quarta-feira (10). Segundo informações da Polícia Militar (PM), em patrulhamento pela avenida Livramento, militares ouviram estampidos de disparo de arma de fogo. Nesse momento, eles viram dois homens em uma moto, saindo da rua Porto Seguro.                 

Conforme os militares, eles também ouviram uma pessoa gritando que os dois indivíduos que estavam na moto teriam efetuado disparos de arma de fogo contra duas pessoas que estavam no portão de uma casa na Rua Porto Seguro.


Na entrevista desta sexta-feira (12), o delegado Marcelo Marino também ressaltou que a perícia apontou que o carona que estava na moto deu quatro tiros com um revólver em direção à casa do sobrinho do policial penal. Já o policial atirou três vezes. Um dos tiros acertou Danielly.
 

Assista à entrevista completa com o delegado Marcelo Marino, titular da Delegacia de Homicídios em Ipatinga.

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