Ceará investiga morte fetal por suspeita de febre do Oropouche
A gestante, de 40 anos, é moradora de Baturité, mas foi atendida no município de Capistrano
Por Plox
12/08/2024 12h48 - Atualizado há 5 meses
A Secretaria de Saúde do Ceará está investigando a morte de um feto que pode estar relacionada à infecção pela febre do Oropouche. A informação foi confirmada pela secretária de Saúde do estado, Tânia Coelho, durante o seminário "Febre do Oropouche: como enfrentar a arbovirose no Ceará", realizado nesta segunda-feira (12).
Óbito fetal e a possível relação com o Oropouche
A fatalidade ocorreu no último fim de semana. A gestante, de 40 anos, é moradora de Baturité, mas foi atendida no município de Capistrano. Esse caso levantou preocupações sobre a disseminação do vírus, que já causou 122 infecções no estado em 2024, segundo o último boletim epidemiológico.
Expansão e mutação do vírus
Tânia Coelho destacou a surpreendente expansão do vírus Oropouche, que inicialmente se restringia à Região Norte do país, mas agora se espalhou para o Nordeste, apresentando formas atípicas de manifestação. “Estamos aqui com o Oropouche nos trazendo várias surpresas. O vírus saiu da Região Norte, desceu para o Nordeste, com uma apresentação atípica. O vírus está sofrendo mutação, consequência de nossa invasão no habitat, desmatamento, alterações que a gente tem causado no ambiente”, afirmou a secretária, alertando para as possíveis consequências dessas mudanças.
Distribuição dos casos no Maciço de Baturité
A maioria dos casos de febre do Oropouche foi registrada em seis municípios da região do Maciço de Baturité: Aratuba (32), Pacoti (29), Mulungu (26), Capistrano (12), Redenção (20) e Palmácia (3). Dos 122 casos confirmados em todo o estado, quatro envolvem gestantes, o que eleva a preocupação com possíveis complicações da doença em populações vulneráveis.
Atenção para áreas rurais
A Secretaria de Saúde também observou que grande parte dos casos confirmados ocorreu entre pessoas que residem ou frequentam zonas rurais dos municípios afetados. Apesar da disseminação, a febre do Oropouche ainda não é considerada endêmica no Ceará, o que intensifica a necessidade de monitoramento e ação rápida para controlar a situação e evitar que o vírus se estabeleça de forma permanente na região.