Delegada de MG é investigada após marido usar sua arma em crime contra gari
Corregedoria apura possível negligência no caso em que empresário matou trabalhador durante briga de trânsito em Belo Horizonte
Por Plox
12/08/2025 11h21 - Atualizado há 2 dias
A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais instaurou, nesta terça-feira (12/8), procedimento para investigar a delegada Ana Paula Lamego Balbino, esposa do empresário suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes durante uma discussão de trânsito em Belo Horizonte. O crime, ocorrido na manhã de segunda-feira (11/8), foi cometido com uma arma registrada em nome da delegada.

Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito, Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, foi localizado horas após o crime em uma academia no bairro Estoril, região Oeste da capital. Ele confessou ter usado a arma de sua esposa para atirar contra o gari. O carro utilizado também estava registrado no nome da delegada.
Ao chegar à residência do casal, em Nova Lima, policiais foram recebidos pela delegada, que entregou duas armas: a funcional e a que teria sido usada no crime. Ambas estavam no escritório do apartamento. A Polícia Civil informou que a apreensão se justifica para apurar possível negligência e confirmar qual foi a arma utilizada, já que os laudos periciais ainda não foram concluídos.
O crime aconteceu no bairro Vista Alegre, por volta das 9h, quando o caminhão de coleta de lixo onde a vítima trabalhava foi abordado pelo suspeito, que ameaçou a motorista e, em seguida, atirou contra Laudemir. O gari, de 44 anos, foi socorrido e levado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas morreu em decorrência dos ferimentos. Ele era funcionário da Localix Serviços Ambientais e, segundo colegas, era conhecido pela dedicação e por evitar conflitos.
Após o disparo, o suspeito fugiu em um carro BYD cinza, sendo preso no mesmo dia sem resistência. Renê, que assumiu recentemente um cargo executivo na Fictor Alimentos, já trabalhou em grandes empresas como Coca-Cola, Red Bull e Ambev. A companhia repudiou o ato e prestou solidariedade à família da vítima.
A Polícia Civil ratificou a prisão em flagrante de Renê pelos crimes de ameaça e homicídio qualificado, por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Três testemunhas reconheceram o suspeito, que permanece no sistema prisional à disposição da Justiça. A corporação destacou o compromisso com a legalidade e a transparência na apuração de todos os fatos, incluindo a conduta da delegada.