Sinais de vício em celular e como retomar o controle
Especialistas alertam para impactos físicos e mentais do uso excessivo do smartphone e sugerem estratégias para reduzir a dependência
Por Plox
12/08/2025 12h12 - Atualizado há 3 dias
O hábito de iniciar o dia já imerso no celular, verificando notificações e consumindo conteúdo antes mesmo de sair da cama, tem se tornado rotina para muitos brasileiros. Segundo levantamento de 2025 da DataReportal, o país ocupa posição de destaque no ranking mundial, com média diária de 5 horas e 19 minutos de uso do smartphone.

Embora não exista um parâmetro oficial para definir o vício, especialistas apontam sinais claros: ansiedade quando longe do aparelho, perda de sono devido à navegação prolongada e abertura de aplicativos de forma automática. Esses comportamentos indicam que o uso deixou de ser consciente e passou a ser compulsivo.
Os efeitos vão além da mente. Dados do Ministério da Saúde mostram aumento nos casos de dores cervicais, enxaqueca e síndrome do olho seco. Já a Organização Mundial da Saúde relaciona o tempo excessivo de tela a níveis mais altos de ansiedade, estresse e sintomas depressivos, além da dificuldade de concentração.
Um dos mecanismos que impulsionam o vício é o chamado “ciclo da dopamina”: cada interação digital libera pequenas doses do neurotransmissor, gerando prazer e estimulando a busca contínua por notificações. Plataformas digitais exploram esse processo para manter o usuário conectado.
Para reduzir o uso excessivo, especialistas recomendam medidas como desligar notificações não essenciais, definir horários para acessar redes sociais e manter o celular fora do quarto à noite. Práticas de “detox digital” semanais também ajudam a recuperar momentos de atenção plena.
A tecnologia, paradoxalmente, pode ser parte da solução. Sistemas e aplicativos já oferecem recursos de monitoramento e bloqueio de uso. Além disso, empresas do setor têm sido pressionadas a adotar formatos menos viciantes, alterando algoritmos e diminuindo estímulos à rolagem infinita.
Entre adolescentes e jovens adultos, o problema é ainda mais preocupante, pela vulnerabilidade dessa fase ao impacto do uso excessivo. Escolas e famílias têm investido em programas de educação digital e incentivo a interações presenciais, enquanto iniciativas públicas começam a discutir limites para a exposição prolongada.
O celular segue sendo uma ferramenta valiosa, mas para que cumpra esse papel de forma saudável, é necessário estabelecer limites claros e recuperar o controle sobre a atenção e o tempo.