Plano de recuperação judicial do Grupo Petrópolis é aprovado

Com dívidas de R$ 4,2 bilhões, o grupo pretende quitar os débitos até 2035, beneficiando cerca de 5.000 credores.

Por Plox

12/09/2023 09h31 - Atualizado há quase 2 anos

Na noite da última segunda-feira (11), em assembleia, foi aprovado o plano de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, detentor de marcas de cervejas reconhecidas como Itaipava, Petra e Cacildis. O grupo havia proposto, em documento entregue à 5ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro no dia 7 de setembro, a quitação dos débitos com seus cerca de 5.000 credores até o ano de 2035.

 

 Foto: Grupo Petrópolis/Divulgação

Em março deste ano, o grupo cervejeiro, ao entrar com o pedido de recuperação judicial, reportou dívidas na ordem de R$ 4,2 bilhões. Deste montante, R$ 2 bilhões correspondem a operações financeiras e mercados de capitais, enquanto R$ 2,2 bilhões se referem a dívidas com fornecedores.

Ricardo Scardoa, advogado representante dos credores fornecedores, comentou sobre a situação: "Foi o plano possível diante do contexto que a gente viu, mas imagino que ainda podem haver litígios". Ele ainda acrescenta que há uma esperança de que o Grupo Petrópolis mantenha seu compromisso com esses credores.

Críticas ao Plano

Em uma entrevista recente à Folha de S.Paulo, o advogado Filipe Denki, especialista em recuperação judicial, apontou o plano apresentado como "muito confuso e de difícil compreensão". Denki ainda levantou preocupações sobre a possibilidade de ilegalidades em algumas áreas do plano.

Detalhes do Plano

Uma das motivações do Grupo Petrópolis para a recuperação é a manutenção dos mais de 24 mil empregos diretos e 100 empregos indiretos, bem como a continuidade do pagamento de tributos e a geração de energia limpa e renovável.

Dentre as propostas, o plano sugere a alienação de um lote com 2.926 caminhões de sua frota e o aluguel de outros 2.392 veículos. O objetivo é garantir recursos para o cumprimento das obrigações.

Os pagamentos das dívidas trabalhistas, que são consideradas prioritárias, ocorrerão em até 30 dias após a homologação do plano pela justiça para valores de até R$ 6.600. Não haverá desconto sobre os créditos trabalhistas até o limite de 150 salários mínimos, totalizando R$ 198 mil.

Para os credores com garantia real, existe a possibilidade de receber os valores com um desconto de até 70% ou optar pelo mesmo modo de pagamento oferecido aos credores fornecedores.


 

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