Troca de bebês em maternidade catarinense repercute após 42 anos

Descoberta do erro provoca impactos emocionais e judiciais, culminando em tragédia para uma das famílias envolvidas

Por Plox

12/09/2023 14h30 - Atualizado há quase 2 anos

Em Santa Catarina, uma família de Joinville recebeu uma indenização de R$ 300 mil depois de descobrir que sua filha foi trocada na maternidade Darcy Vargas em 1975. O incidente veio à tona em 2017, quando uma mulher, nascida na mesma data e local, procurou registros de outros nascimentos ocorridos no mesmo dia em busca de sua verdadeira família. Esta mulher realizou um teste de DNA que revelou que ela não compartilhava laços biológicos com a mulher que sempre considerou como mãe.

 

 

(foto: Reprodução/Google Street View)

 

Aprofundando a Investigação O caso tornou-se ainda mais complexo em janeiro de 2018. A outra família, suspeitando do erro ocorrido há 42 anos, também optou por um teste de DNA. A investigação confirmou que a mãe e a filha não tinham relação biológica. Interessantemente, as meninas envolvidas na troca nasceram com uma diferença de apenas 10 minutos entre si.

O relator no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) expressou a profundidade emocional da situação, afirmando: "Na audiência de instrução, dos relatos prestados pelas autoras [...] elas sentaram-se, abraçaram-se e choraram, mas destacaram que os laços afetivos construídos entre ambas durante uma vida se mantêm inalterados".

 

Repercussões Trágicas A notícia da troca desencadeou uma série de eventos trágicos. Um pai, ao ser informado sobre o erro, sofreu um AVC e infelizmente não sobreviveu. O relator no TJSC comentou: "Após ser informado da troca dos bebês, [o homem] não aceitou a notícia e ficou muito doente [...] e acabou falecendo em seguida". Por conta disso, o estado foi responsabilizado e a família do falecido pai recebeu indenização. Mãe e filha serão compensadas em R$ 150 mil cada. A outra família também buscou seus direitos legais e foi indenizada pelo estado.

Este evento traz à tona as implicações emocionais e legais que podem surgir décadas após erros inimagináveis em instituições médicas.

 


 

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