Brasil não corre risco de crise energética em 2024, diz ministro
País descarta racionamento e planeja aumento no parque térmico para enfrentar mudanças climáticas
Por Plox
12/09/2024 19h31 - Atualizado há 3 meses
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assegurou nesta quinta-feira (12), em São Paulo, que a segurança energética do Brasil está garantida para o ano de 2024, afastando qualquer possibilidade de racionamento. Durante um evento com o ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Prichetto Fratin, Silveira destacou que o foco agora é adotar medidas para minimizar o impacto das tarifas de energia para os consumidores.
Garantia de abastecimento
De acordo com o ministro, o país não enfrentará problemas energéticos neste ano, e as discussões estão centradas em como manter a segurança energética com o menor custo possível para a população. “Esse ano não teremos problema energético. Não teremos racionamento, nós estamos com segurança energética garantida. O que se discute agora é medidas para que a gente continue tendo essa segurança energética e que ela tenha o menor impacto tarifário para o consumidor, porque é muito simples a gente ter 100% de segurança energética, basta você ter 100% de [energia] térmica no Brasil, só que isso tem um custo muito elevado”, afirmou Silveira.
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Cenário preocupante para 2025
Apesar do otimismo para 2024, o ministro admitiu preocupação com o cenário hidrológico para 2025 e 2026, destacando que o governo está atento aos desafios climáticos. “Quando dizem: 2025 é preocupante? 2026 é preocupante? Diante do cenário climático hidrológico que nós vivemos hoje, sempre o ministro tem que tratar como preocupante”, disse Silveira, assegurando que o governo não será negligente.
Para enfrentar essas incertezas, Silveira anunciou que novos leilões de energia térmica serão realizados, já que o planejamento prevê dobrar o parque térmico nacional até 2031. Atualmente, o Brasil possui um parque térmico com capacidade de aproximadamente 20 gigawatts (GW). A decisão é motivada pelos impactos climáticos que têm elevado o consumo de energia no país, com recordes registrados em 2024. “O Brasil nunca tinha consumido, antes de setembro deste ano [2024], 105 gigawatts em uma tarde de energia. A média é 85”, explicou o ministro.
Investimentos da Enel para melhoria dos serviços
A Enel Brasil apresentou ao ministro, durante o evento, um conjunto de ações para aprimorar a qualidade dos serviços de distribuição de energia, após uma série de apagões que afetaram a área de concessão em São Paulo no início de 2024. A empresa italiana, responsável pela distribuição de energia também no Rio de Janeiro e no Ceará, informou que está aumentando seus investimentos para modernizar e expandir a rede.
Em São Paulo, os investimentos alcançam R$ 2 bilhões por ano, representando um aumento de 45% em relação à média anual dos últimos seis anos. No Ceará, o valor dos investimentos também cresceu 45%, chegando a R$ 1,6 bilhão anuais. No Rio de Janeiro, a previsão é de investimentos de R$ 1,16 bilhão por ano até 2026. A Enel também planeja contratar cerca de cinco mil novos colaboradores para atuar em campo e incorporar 1.650 veículos à frota nas três distribuidoras até 2026. Em São Paulo, a empresa realizará 600 mil podas em 2024, o dobro do realizado no ano anterior.
Novas regras para concessões de distribuição de energia
As medidas de melhoria pela Enel foram motivadas por um decreto do Ministério de Minas e Energia, publicado em junho, que estabelece regras mais rígidas para concessões de distribuição de energia elétrica. O decreto determina diretrizes a serem cumpridas nos novos contratos de concessão, e as distribuidoras com contratos vigentes podem optar por se adequar ou não às novas exigências para renovação.