Justiça nega habeas corpus e confirma que família de Deolane pagou manifestantes em presídio

O Tribunal de Justiça de Pernambuco, por meio do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, negou um novo pedido de habeas corpus para a influenciadora e advogada Deolane Bezerra. Além de manter a prisão, o magistrado afirmou que Deolane afrontou a Justiça, destacando que suas irmãs, Dayanne e Daniele Bezerra, financiaram manifestantes na porta da Colônia Penal Feminina do Recife, onde a influenciadora estava detida.

Financiamento de protestos e transferência para Buíque

Segundo o desembargador Maranhão, a decisão de manter Deolane presa foi influenciada pela confirmação de que as irmãs da advogada pagaram para que fãs se aglomerassem na frente da prisão. O tumulto gerado pela multidão na Colônia Penal Feminina do Recife foi um dos fatores que motivaram a transferência de Deolane para a Colônia Penal de Buíque, no Agreste pernambucano.

“O financiamento de manifestantes, por iniciativa de familiares da paciente [Deolane], para se aglomerarem diante da Colônia Penal Feminina do Recife (Bom Pastor) e realizarem protesto, demonstra a total inconveniência da permanência da paciente em suas instalações, justificando o seu encarceramento em Buíque”, explicou o magistrado.

Crítica à falta de prioridade à filha

Em sua decisão, o desembargador também criticou a atitude de Deolane em relação à sua filha. Ao conceder o primeiro habeas corpus, a Justiça havia levado em consideração a situação da criança, mas Maranhão afirmou que Deolane não demonstrou a mesma preocupação com a filha. “Lastimo que a paciente [Deolane] não tenha tido para com a sua filha a mesma prioridade, atenção e cuidado que a Justiça brasileira teve, mas diante da gravidade dos fatos, tenho que agiu acertadamente a MM [meritíssima] juíza quando decretou a prisão preventiva da paciente”, ressaltou.

Posicionamento das irmãs sobre as acusações

Daniele Bezerra, irmã de Deolane, negou ter financiado os protestos e afirmou que a entrega de dinheiro a uma manifestante foi um ato isolado de caridade por parte de sua outra irmã, Dayanne. Segundo Daniele, Dayanne deu R$ 300 a uma mulher que alegou estar há quatro dias na frente do presídio sem comida. “Não fizemos isso [pagar aos manifestantes]. Houve apenas uma situação que uma moça disse que estava lá há quatro dias e com muita fome, queria ir embora e não tinha como comer”, explicou Daniele.