Delegada esposa de assassino confesso de gari pode ser presa por ter cedido arma usada no crime

A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais indiciou a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, esposa do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, preso pelo assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, em Contagem, na Grande BH.

Foto: Redes Sociais

O que aconteceu

Ana Paula foi indiciada por prevaricação e por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

A pistola usada por Renê no crime era de uso pessoal da delegada.

Caso condenada, ela pode pegar até quatro anos de detenção, pena que pode aumentar em 50% por ser servidora pública.

A Polícia Civil afirma que Ana Paula omitiu informações durante as investigações: no dia da prisão do marido, ela negou que ele tivesse acesso às armas que guardava em casa.

Defesa

A defesa da delegada alega que ela não pôde exercer plenamente seu direito de defesa por questões de saúde. Ana Paula está afastada do cargo desde 13 de agosto, dois dias após a prisão do marido, e não se manifestou publicamente.

Consequências

O Ministério Público de Minas Gerais denunciou Renê por homicídio qualificado e pediu multa de R$ 150 mil.

Também foi solicitado o bloqueio de R$ 3 milhões em bens do casal, para possível indenização à família da vítima.

A Corregedoria da Polícia Civil instaurou ainda procedimento administrativo contra a delegada.

Relembre o caso

O gari Laudemir Fernandes foi morto em 11 de agosto após uma discussão de trânsito. Testemunhas relataram que Renê se irritou com o caminhão de coleta de lixo que bloqueava a rua, ameaçou a motorista e, em seguida, atirou no trabalhador, que chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

O empresário fugiu, mas foi preso horas depois, enquanto treinava em uma academia de luxo, no bairro Estoril, em Belo Horizonte.