Mulher trans é condenada a 5 anos e 10 meses por morte de morador de rua em Timóteo

Chegou ao fim nesta quinta-feira (11), no Fórum Dr. Geraldo Perlingeiro de Abreu, em Timóteo, o julgamento de uma mulher trans de 31 anos acusada de matar um homem em situação de rua durante um encontro, em outubro de 2024. O caso mobilizou a população local e foi julgado pelo tribunal do júri, resultando em uma sentença de cinco anos e dez meses de prisão, a serem cumpridos em regime semiaberto.

Foto: Andressa Estevão/PLOX

A vítima, Arlindo Cesar da Silva, de 52 anos, era conhecido na região por viver em situação de rua. O crime aconteceu na Rua 2, no bairro Olaria II, e segundo a investigação, teria sido provocado por uma discussão entre os dois. Testemunhas relataram à polícia que ouviram gritos e sinais de briga durante a madrugada.

Em depoimento, a acusada admitiu que agrediu Arlindo com socos e chutes, alegando ter agido em legítima defesa.

A gente só ficava às vezes, sem compromisso. Naquela noite, a situação saiu do controle", disse durante seu interrogatório.

Ela afirmou ainda que os encontros entre eles eram ocasionais e não envolviam vínculo afetivo formal.

Após a confissão, foi presa e encaminhada à delegacia, ficando à disposição da Justiça até a realização do julgamento.

Durante o júri, os debates giraram em torno da motivação e da intenção por trás da agressão. Os jurados decidiram desqualificar a acusação de homicídio, reconhecendo que não houve intenção deliberada de matar. Como a ré é primária, sem antecedentes criminais e não havia qualificadoras, a pena aplicada foi mais branda.

“Ela vai responder em regime semiaberto e já tem um ano de pena cumprido. Vai precisar apenas assinar regularmente”, explicou uma fonte ligada ao processo

A pena de cinco anos e dez meses foi definida, mas com um ano já cumprido, restam agora quatro anos e dez meses de regime semiaberto. O desfecho põe fim ao processo que causou grande repercussão na cidade e traz uma resposta judicial ao episódio ocorrido há quase um ano.