Sepse exige ação imediata: reconhecer os sinais pode salvar vidas

Infecção generalizada, a sepse pode evoluir rapidamente e comprometer órgãos vitais. Diagnóstico precoce e prevenção são as principais armas

Por Plox

12/10/2025 14h38 - Atualizado há 1 dia

Ela pode parecer inofensiva nos primeiros sinais: febre, mal-estar, sonolência ou uma simples confusão mental. Mas a sepse, infecção generalizada que representa uma emergência médica, pode levar à morte em questão de horas se não for rapidamente diagnosticada e tratada.


Imagem Foto: FREPIK


Trata-se de uma reação inflamatória descontrolada do organismo a infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos. Quando essa resposta imune exagerada se instala, múltiplos órgãos como rins, pulmões, coração e cérebro passam a ser afetados. O infectologista Marcelo Cordeiro, do Sabin Diagnóstico e Saúde, alerta:
“Sem tratamento adequado e rápido, o quadro pode evoluir para um choque séptico, que, frequentemente, leva à morte”

.


A sepse pode ter início com infecções comuns: pneumonia, infecção urinária, infecção de pele ou até complicações cirúrgicas. Essas condições podem parecer inofensivas, mas ao ganharem a corrente sanguínea, tornam-se altamente perigosas. A vasodilatação provocada pela inflamação faz a pressão arterial cair, dificultando a chegada de oxigênio aos órgãos. Pequenos coágulos se formam, agravando o quadro e levando à falência orgânica.



Entre os sintomas mais comuns estão febre ou calafrios (ou temperatura muito baixa), taquicardia, dificuldade para respirar, pressão arterial baixa, sonolência, dor intensa, pouca produção de urina e alterações na pele, como manchas ou coloração fria. Em estágio avançado, a sepse evolui para o chamado choque séptico, com queda brusca de pressão e risco elevado de morte.



Segundo Marcelo, cada minuto conta.
“Cada hora de atraso na administração do antibiótico e no suporte hemodinâmico aumenta a mortalidade”

. O tratamento é uma verdadeira corrida contra o tempo e exige ação imediata: antibióticos de amplo espectro, hidratação intravenosa, suporte à vida e, muitas vezes, internação em UTI. Casos graves exigem ventilação mecânica, hemodiálise e intervenções cirúrgicas para eliminar o foco da infecção.


Grupos de risco incluem idosos, crianças pequenas, pessoas com doenças crônicas como diabetes e cardiopatias, pacientes imunossuprimidos, gestantes, puérperas, recém-operados e indivíduos com feridas abertas ou que utilizam dispositivos médicos como cateteres.



A boa notícia é que há formas de prevenir. Manter a higiene, lavar as mãos com frequência e cuidar bem de feridas são medidas simples e eficazes. A vacinação também é essencial, assim como o controle de doenças crônicas. Buscar atendimento médico ao primeiro sinal de infecção e evitar a automedicação com antibióticos são passos fundamentais para impedir que uma infecção evolua para sepse.



Charles Schmidt, infectologista pediátrico do Hospital das Clínicas da USP, reforça que um dos maiores desafios no combate à sepse está no desconhecimento da população.
“A sepse é traiçoeira porque seus sintomas são muito parecidos com os de outras doenças comuns. Quando ela já está instalada, o tempo para agir é curto”

.


Para ele, a solução passa pela educação da população e dos profissionais de saúde. A maioria dos casos ocorre em ambientes hospitalares e pode ser evitada com maior atenção, principalmente a grupos vulneráveis. “É preciso entender que a sepse pode evoluir de forma muito rápida e silenciosa. Reconhecer os sinais precocemente salva vidas”, conclui.



O alerta vale para todos: febre alta que não cede, confusão mental repentina, queda de pressão e fraqueza não devem ser ignorados. O corpo dá sinais. Ouvi-los pode ser a diferença entre viver e morrer.


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