Caso de idoso internado em Caratinga não tem relação com variante da Doença da Vaca Louca

Estado de Minas Gerais descarta risco de infecção pela variante associada ao consumo de carne contaminada; Brasil segue sem registro de casos autóctones

Por Plox

12/11/2024 15h33 - Atualizado há 9 dias

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que o caso do idoso de 78 anos, internado em Caratinga, não está vinculado à variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ), comumente associada à Encefalite Espongiforme Bovina (EEB) ou Doença da Vaca Louca. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) reforçou que Minas Gerais não tem suspeitas de EEB em bovinos, e que o risco de transmissão é classificado como insignificante pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Vale lembrar que o Brasil nunca registrou casos da doença em sua forma clássica.

Sobre a Doença de Creutzfeldt-Jakob e a variante vDCJ

A Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é uma enfermidade neurodegenerativa rara, ocorrendo em 85% dos casos de forma esporádica, com maior incidência em pessoas entre 55 e 70 anos. Já a variante vDCJ, forma que pode ser transmitida aos humanos, acomete geralmente indivíduos jovens e está associada ao consumo de carne contaminada por príons, proteínas infecciosas causadoras da EEB em bovinos. Segundo a SES-MG, “diferentemente da forma tradicional (DCJ esporádica), a variante acomete predominantemente pessoas jovens, abaixo dos 30 anos, o que não é o caso do paciente em questão”.

 

Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

Diagnóstico e critérios da OMS

A definição de suspeita da vDCJ pela Organização Mundial da Saúde (OMS) considera sinais clínicos, exames e histórico epidemiológico, mas a confirmação final só é possível através de uma análise neuropatológica em necropsia. Sintomas de ambas as formas da doença incluem perda de memória, tremores e falta de coordenação motora, além de dificuldades de comunicação e visão.

Medidas preventivas no Brasil

Desde 1998, o Brasil adotou restrições para impedir a entrada da variante vDCJ, proibindo a importação de derivados de sangue humano de residentes no Reino Unido e de carne bovina e produtos de saúde provenientes de países com casos de EEB. Atualmente, não há evidências de transmissão da DCJ por contato direto entre pessoas infectadas.

Tratamento e manejo da doença

Embora diversas terapias tenham sido testadas, nenhuma se mostrou eficaz para reverter o quadro da DCJ, que possui alta letalidade, com cerca de 90% dos pacientes evoluindo a óbito em um ano. O tratamento é de suporte, focado nas necessidades nutricionais e psicológicas do paciente e da família, com planejamento para o acompanhamento domiciliar.

 

 

 

 

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