Extra

China retira aplicativos de relacionamento LGBTQIA+ das lojas virtuais

Autoridades chinesas determinam remoção de apps como Blued e Finka, ampliando restrições à comunidade LGBTQIA+ sob Xi Jinping

12/11/2025 às 07:06 por Redação Plox

O governo chinês determinou a retirada dos aplicativos de relacionamento LGBTQIA+ Blued e Finka das principais lojas virtuais do país, incluindo a App Store da Apple e a Google Play Store. A ordem partiu da Administração do Ciberespaço da China, órgão responsável pela regulação da internet no país, segundo informações confirmadas pela Apple.

Bandeira do Orgulho da comunidade LGBTQIA+

Bandeira do Orgulho da comunidade LGBTQIA+

Foto: Reprodução/Redes sociais

Regulação digital limita acesso a aplicativos LGBTQIA+ na China

Os serviços eram amplamente utilizados dentro da comunidade LGBTQIA+ chinesa, mas usuários começaram a notar a ausência dos aplicativos completos nas lojas digitais no fim de semana. Ambos pertencem ao BlueCity Group, empresa sediada em Hong Kong.

Apesar da remoção oficial, uma versão limitada do Blued continuava disponível na App Store chinesa nesta terça-feira (11), e parte dos usuários ainda conseguia acessar as plataformas em aparelhos onde já estavam instalados.

Contexto de repressão e censura

O casamento homoafetivo permanece ilegal na China. Ativistas relatam que a repressão à comunidade LGBTQIA+ teria se intensificado durante o governo de Xi Jinping, incluindo censura a eventos e publicações.

A empresa Apple confirmou a retirada dos serviços a pedido do governo.

Após uma ordem da Administração do Ciberespaço da China, removemos esses dois aplicativos apenas da loja chinesa. Respeitamos as leis dos países em que operamos. Porta-voz da Apple, à AFP

Campanhas e histórico de remoções

Em setembro, a Administração do Ciberespaço lançou uma campanha voltada a aplicativos de redes sociais que, segundo o órgão, promoviam “uma visão negativa da vida”. Outros aplicativos focados no público LGBTQIA+, como o Grindr, já haviam sido banidos das lojas em território chinês anteriormente.

Reação perante a decisão

Especialistas e representantes da comunidade LGBTQIA+ expressaram desconforto com a decisão. O advogado Zhao Hu, conhecido por sua atuação na defesa de direitos desta população, afirmou que a medida foi "inesperada" e tomada sem explicação.

Hu Zhijun, cofundador da PFLAG China, avaliou que os aplicativos removidos contribuíam para que homens gays pudessem desenvolver relações mais estáveis e encontrar parceiros. Para ele, esses serviços deveriam ser enxergados como uma iniciativa social positiva e benéfica.

Compartilhar a notícia

V e j a A g o r a