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Economia
Governo impõe teto de taxas e novas regras para vale-refeição e alimentação
Decreto federal limita taxas cobradas de estabelecimentos, amplia interoperabilidade e reforça fiscalização pelo Ministério do Trabalho para beneficiar trabalhadores
12/11/2025 às 12:55por Redação Plox
12/11/2025 às 12:55
— por Redação Plox
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O governo federal publicou novas regras para o uso de vale-refeição e vale-alimentação, em decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (11). As mudanças atingem desde a taxa máxima cobrada dos estabelecimentos até o funcionamento do sistema de pagamentos, visando ampliar a aceitação desses benefícios em todo o país.
Norma fixa um limite de 3,6% na taxa aplicada a restaurantes por empresas de vale-refeição e diminui o tempo para repasse dos valores aos comerciantes
Foto: Reprodução / Agência Brasil.
Principais mudanças: teto para taxas e prazos menores
Uma das principais alterações é o limite de 3,6% na taxa cobrada de restaurantes e outros estabelecimentos que aceitam o vale. Segundo o governo, hoje essa taxa pode chegar a 15%. As empresas do setor terão até 90 dias para se adequar.
Outra mudança relevante é a redução do prazo para repasse dos valores recebidos via benefício. O novo teto será de 15 dias, contra os atuais 30 dias em média — podendo, em alguns casos, extrapolar para até 60 dias. A regra passa a valer também em 90 dias.
O decreto proíbe práticas consideradas abusivas, como descontos e vantagens não relacionadas à alimentação, além de exigir que as empresas orientem seus trabalhadores sobre o uso correto do benefício.
Interoperabilidade e modelo de pagamentos
Com a nova regulamentação, qualquer maquininha de cartão poderá aceitar diferentes bandeiras de vale-refeição e alimentação. Essa interoperabilidade entra em vigor em até 360 dias e facilitará o uso do benefício, ao torná-lo aceito em mais pontos de venda.
Empresas cujos sistemas de pagamento envolvem mais de 500 mil trabalhadores deverão migrar para o modelo chamado de arranjo aberto em um prazo de 180 dias.
O modelo de arranjo aberto envolve diferentes empresas para cada função no sistema — uma como bandeira, outra emissora do cartão e uma terceira credenciadora dos estabelecimentos. No formato fechado, todas essas funções podem ser exercidas por uma mesma empresa.
Fiscalização e regras de transição
A fiscalização dessas mudanças será responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego, que coordena o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). O PAT é voluntário e oferece benefícios fiscais para empresas que promovem políticas de alimentação, incluindo o fornecimento de vale-refeição e alimentação.
O decreto traz diferentes prazos e medidas de transição, proporcionais ao porte das empresas envolvidas. O objetivo é adaptar o mercado de forma gradual, sem impactar o valor recebido pelos trabalhadores, que permanece o mesmo e só pode ser usado para alimentação.
Impactos esperados e reações do setor
O governo acredita que a limitação das taxas aumentará o número de estabelecimentos que aceitam o benefício e facilitará o cotidiano dos trabalhadores.
Esse decreto é bom para supermercados brasileiros, grandes, pequenos e médios, é bom para restaurantes, grandes, pequenos e médios, bom para padarias, hortifruti, quem vende frutas nesse Brasil inteiro. Se é bom para todo mundo, é bom para o trabalhador também
Lula
Representantes do setor comemoraram a medida. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados apontou a ampliação da concorrência e redução de custos como principais ganhos para consumidores. Também destacou a importância do novo prazo para repasse dos valores, que pode atrair mais pequenos estabelecimentos para o sistema.
Entidades do setor de benefícios consideraram as mudanças um avanço para garantir mais competição e corrigir distorções no PAT. A expectativa é de que as novas regras estimulem a ampla aceitação dos vales e fortaleçam as políticas públicas voltadas ao trabalhador brasileiro.
O decreto deve ser publicado oficialmente na próxima edição do "Diário Oficial da União".