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Polícia
PF apura uso de códigos religiosos para crimes por grupo de Rodrigo Manga
Polícia Federal investiga suspeita de que termos religiosos, como 'milagre', eram usados como códigos para crimes em esquema ligado ao ex-prefeito de Sorocaba.
12/11/2025 às 11:51por Redação Plox
12/11/2025 às 11:51
— por Redação Plox
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A Polícia Federal está apurando se um grupo supostamente comandado pelo ex-prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, utilizava termos religiosos como “códigos” para a prática de crimes.
A Polícia Federal apura se o grupo supostamente chefiado por Rodrigo Manga utilizava expressões religiosas como "códigos" para realizar delitos
Foto: Reprodução / Prefeitura de Sorocaba.
Mensagens revelam uso de termos religiosos entre investigados
Uma das principais evidências no inquérito da Polícia Federal é um print de conversa, anexado aos autos, que traz uma breve troca de mensagens entre o apóstolo Estevam Hernandes Filho, líder da igreja Renascer, e Rodrigo Manga.
O conteúdo foi extraído do celular de Manga, apreendido durante a primeira fase da operação Copia e Cola, em 10 de abril. Segundo a investigação, o grupo tratava desde questões cotidianas a participações públicas, além de manter diálogos com supostos conteúdos cifrados.
A Polícia Federal destacou nos documentos da investigação que a utilização de linguagem cifrada era recorrerente nas ações do grupo investigado e não se descarta o uso de termos religiosos para indicar possíveis condutas ilícitas. Contudo, o material não especifica a que tipo de pedido ou valor as mensagens poderiam se referir.
Investigados e nova fase da operação
Além de Rodrigo Manga, outros nomes passaram a ser alvo do inquérito, entre eles Josivaldo Batista de Souza, cunhado de Manga, e Marco Silva Mott, empresário. Ambos foram presos durante a segunda fase da operação realizada na quinta-feira (6). Segundo a PF, Estevam já havia sido detido em 2007, juntamente com sua esposa, ao tentar entrar nos Estados Unidos com uma quantia de 56 mil dólares não declarada.
Contabilidade paralela para propina
As investigações também identificaram uma “contabilidade paralela” destinada a registrar valores de propina supostamente pagos por empresas interessadas em contratos com a Prefeitura de Sorocaba. Os registros detalhavam entradas e saídas financeiras, além das abreviações que, segundo a PF, serviriam para identificar a origem ou destino dos recursos.
Essas anotações foram localizadas no bloco de notas do celular de Josivaldo Batista de Souza, demonstrando um controle minucioso dos valores considerados ilícitos. A esposa dele, Simone, também aparecia gerenciando valores em folhas de papel, com controle sobre despesas pessoais atribuídas ao núcleo de Manga, incluindo boletos de clube, condomínio, mensalidades de faculdade e custos mensais com cavalos pertencentes ao prefeito afastado.
Defesas negam irregularidades
Por meio de nota, a defesa de Rodrigo Manga alegou que a investigação da Polícia Federal é nula desde a origem, devido a uma suposta ilegalidade no início do processo e na condução por autoridde considerada incompetente.
Os advogados de Sirlange Rodrigues Frate Maganhato afirmam que todas as movimentações financeiras apontadas são lícitas, amparadas por documentação e devidamente declaradas ao Imposto de Renda. Destacaram também que todos os serviços prestados foram efetivamente realizados e que os valores faturados correspondem às atividades executadas.
Já os representantes de Josivaldo, Simone e da Igreja Cruzada de Milagres dos Filhos de Deus sustentam que não participaram de atividades ilícitas, ressaltando que todos os recursos da igreja e dos sócios estão declarados às autoridades desde 2018.
A defesa do empresário Marco Silva Mott afirmou que desconhece os fatos citados e só irá se manifestar após acesso às provas.