Câncer de pele no couro cabeludo: cuidados essenciais para calvos e cabeludos

Região exige atenção especial devido à dificuldade de percepção de lesões e alta exposição solar

Por Plox

12/12/2024 13h57 - Atualizado há 3 meses

O câncer de pele no couro cabeludo, frequentemente encoberto pelos fios de cabelo, pode passar despercebido e ser diagnosticado tardiamente, o que diminui as chances de cura. Esse tipo de tumor, especialmente o melanoma, é potencialmente agressivo e requer atenção redobrada. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele não melanoma corresponde a 31,3% dos novos casos estimados entre 2023 e 2025 no Brasil.

A importância do diagnóstico precoce

“O câncer de pele pode ser tratado cirurgicamente na maioria dos casos, desde que diagnosticado antes da metástase”, explica a dermatologista Andrey Augusto Malvestiti, do Hospital Israelita Albert Einstein. Essa região do corpo, além de exposta ao sol, possui alta vascularização, o que facilita a disseminação da doença.

Outro agravante é o atrito constante sofrido pelas pintas no couro cabeludo durante atividades como lavar e escovar os cabelos. “Esse atrito pode transformar essas pintas em lesões pré-cancerosas”, alerta Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Quem deve ter mais atenção

Pessoas com pele e olhos claros, histórico de câncer de pele ou lesões como queratoses actínicas — aquelas feridinhas ásperas e avermelhadas — devem intensificar os exames dermatológicos. Segundo Marçal, o acompanhamento pode ser anual para a maioria, mas grupos de risco precisam de consultas mais frequentes.

Além de dermatologistas, cabeleireiros também desempenham um papel importante. “Eles observam o couro cabeludo regularmente e podem alertar sobre alterações suspeitas”, comenta Malvestiti.

 

Foto: Getty Imagens

Proteção contra o câncer de pele no couro cabeludo

Embora o cabelo funcione como uma barreira natural, ele não elimina a necessidade de proteção contra o sol. O uso de chapéus ou bonés, preferencialmente confeccionados com tecidos que possuem proteção UV, é recomendado, especialmente para calvos, pessoas com fios ralos ou alta exposição solar.

Protetores solares específicos também são essenciais:

-Para calvos ou com pouco cabelo: sprays com FPS de no mínimo 30 e PPD 10, reaplicados a cada duas horas.

-Para quem possui cabelos fartos: loções leave-in com proteção solar.

“Quem trabalha ao ar livre, dirige por longos períodos ou anda muito exposto ao sol deve adotar esses cuidados diariamente. Já aqueles com cabelos grossos e que permanecem em ambientes fechados podem reforçar a proteção apenas em ocasiões de exposição prolongada ao sol”, finaliza Marçal.

Prevenir e diagnosticar precocemente o câncer de pele é crucial para aumentar as chances de cura e minimizar os riscos associados a essa doença.

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