Gallo apresenta alternativa ao azeite com lançamento de óleo mais econômico

Produto feito a partir da segunda prensagem do azeite chega ao mercado com preço médio abaixo de R$ 30.

Por Plox

13/01/2025 16h46 - Atualizado há 9 meses

A escalada dos preços do azeite de oliva tem impactado os consumidores brasileiros nos últimos dois anos. Dados recentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE, revelam que o produto acumulou uma inflação de 21,53% somente no último ano, tornando-o um item de luxo em muitos lares. Diante disso, supermercados passaram a adotar lacres de segurança no azeite, prática antes reservada a produtos de alto valor como cosméticos e bebidas premium.

Para driblar os preços elevados, consumidores têm migrado para alternativas mais acessíveis, como óleo de soja, margarina e óleo de canola. Atenta a essa demanda, a Gallo lançou no mercado brasileiro o óleo de oliva "de olliva", uma novidade no país, mas já conhecida em outros lugares, como os Estados Unidos. Registrado no Brasil como "óleo de bagaço de oliva", o produto é feito a partir da segunda prensagem do azeite e tem preço médio abaixo de R$ 30.

Alternativa Econômica e Prática

Cristiane Souza, CEO da Gallo no Brasil, explica que o novo óleo oferece uma opção para quem deixou de consumir azeite devido ao aumento dos preços. Com foco no uso culinário, o "de olliva" é indicado especialmente para cozimento, funcionando como uma alternativa ao óleo de soja. A sommelier Lídia Adário destaca que o produto, apesar de conter o termo "bagaço" em sua descrição, possui qualidade e pode ser uma boa solução para aqueles que desejam um produto derivado da oliva, mas com custo mais acessível.

“É importante educar o consumidor sobre o processo de produção, pois a nomenclatura pode gerar um preconceito inicial”, observa Lídia.

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Diversificação e Estratégia Comercial

Além do lançamento do "de olliva", a Gallo apresentou outra marca, Rossio de Abrantes, voltada para quem utiliza azeite em preparações mais elaboradas. A linha inclui variedades como verde, maduro e frutado, com preços médios de R$ 80. Com um investimento de R$ 20 milhões, a Gallo busca dobrar de tamanho até 2029, apostando na expansão do mercado de azeites no Brasil, o quinto maior consumidor global do produto.

Outras marcas também seguem a tendência de inovação no segmento. A portuguesa Andorinha, por exemplo, lançou o OLI, um conceito que permite aos consumidores criarem seu próprio blend de azeites. Loara Costa, diretora de marketing do grupo Sovena, destaca o crescente interesse dos brasileiros pelo azeite como motivação para a iniciativa. O OLI tem preço médio sugerido de R$ 75.

Perspectivas para os Preços

A crise no mercado de azeite global começou a dar sinais de alívio com a recuperação das colheitas na Espanha no último trimestre de 2024. Embora a oferta tenha melhorado e os preços internacionais estejam começando a cair, Cristiane Souza acredita que, no Brasil, os valores só devem apresentar redução mais significativa no segundo semestre deste ano. No entanto, ela ressalta que dificilmente os preços voltarão aos níveis anteriores à crise.

Contexto sobre os Tipos de Azeite

Renato Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), explica que os azeites são classificados de acordo com padrões estabelecidos pelo Conselho Oleícola Internacional. O azeite extravirgem, de maior qualidade, não possui defeitos sensoriais e apresenta acidez abaixo de 0,8%. Já o azeite virgem possui uma acidez entre 0,8% e 2%, com possíveis defeitos leves. O óleo de oliva, por sua vez, é produzido a partir dos resíduos do azeite e passa por refinamento para garantir a qualidade.

“O consumidor deve estar ciente de que produtos mais refinados têm qualidade inferior ao extravirgem, mas podem atender às suas necessidades por um custo mais baixo”, afirma Fernandes.

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