Consumo de energia no Brasil bate novo recorde com onda de calor intensa

Sensação térmica elevada impacta Estados do Sul e Sudeste, impulsionando demanda elétrica

Por Plox

13/02/2025 22h11 - Atualizado há 24 dias

O consumo diário de energia elétrica no Brasil atingiu um novo recorde nesta quarta-feira (12), impulsionado pela forte onda de calor que atinge diversas regiões do país. Dados preliminares do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicam que a demanda média chegou a 93.813 MW (megawatts), superando a marca anterior de 93.144 MW registrada em 22 de janeiro de 2024.

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Altas temperaturas no Sul e Sudeste

A sensação térmica elevada foi especialmente intensa nos Estados do Sul e Sudeste. Em São Paulo, o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) registrou temperaturas de 33°C no Campo Limpo, na zona sul, e 32°C em Itaquera, na zona leste. No Rio de Janeiro, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontou 38,1°C em Jacarepaguá, na zona oeste, sendo a maior temperatura registrada pelo instituto no país durante a quarta-feira.

Além do recorde na média diária, o Brasil também alcançou um novo pico de demanda instantânea de energia. Às 14h42, o consumo chegou a 103.785 MW, superando os 103.355 MW registrados no dia anterior, às 14h37. O aumento expressivo ocorre principalmente no início da tarde, devido ao uso intensivo de aparelhos de ar-condicionado.

Capacidade do sistema elétrico

Apesar da alta demanda, o ONS afirma que o sistema elétrico nacional está preparado para atender ao crescimento do consumo. "A capacidade de geração é bem maior que o consumo atual e os reservatórios estão em bom nível", destacou Luiz Eduardo Barata, ex-diretor-geral do operador.

Nos horários de maior consumo, a expansão desordenada das energias renováveis nos últimos anos tem causado desafios na gestão do setor, exigindo o desligamento de alguns geradores para manter o equilíbrio do sistema.

De acordo com o boletim operacional do ONS divulgado nesta quinta-feira (13), as hidrelétricas foram responsáveis por 65,12% da geração de energia para atender ao consumo recorde. Já a energia solar representou 11,06% e a eólica, 9,7%.

Reservatórios em níveis favoráveis

Na última semana, durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o ONS destacou que o período de chuvas tem ajudado a recuperar os níveis dos reservatórios, garantindo um cenário positivo para o abastecimento.

"O início de 2025 apresenta uma perspectiva bastante favorável em relação ao avanço dos níveis de armazenamento dos reservatórios", afirmou em nota o diretor-geral do ONS, Marcio Rea. "O Sistema Interligado Nacional (SIN) está preparado para atender à demanda nos próximos meses."

O nível médio de armazenamento dos reservatórios encerrou janeiro em 64%, três pontos percentuais acima do registrado no mesmo período de 2024.

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